Porque foi ao show de Maradona, senador Jorge Seif (PL)é criticado pelos bolsonaristas

O eleitorado bolsonarista resolveu crucificar o senador Jorge Seif Júnior (PL) pelo simples fato de ele ter ido ao show da Madonna em sua terra natal, o Rio de Janeiro, com sua esposa Catiane Seif, que é a secretária adjunta de Estado do Turismo de Jorginho Mello (PL). Há um exagero nesse caso, pois um parlamentar tem todo o direito de ter um momento de lazer com a sua família, e o gosto musical ou as preferências em relação ao lazer cabem exclusivamente à pessoa, neste caso, a Seif, e não há razão para essa invasão da vida privada do senador.

Além disso, esse tipo de discussão inócua desvia o foco de temas que realmente carecem de um maior esclarecimento para não deixar dúvidas e constrangimento a Seif Júnior. Falo da prisão na zona portuária de Itajaí de um traficante, em meio a inúmeros casos de apreensões de drogas em porões de navios que têm ocorrido em todo o Brasil. O parlamentar não tem mais ligação com a empresa, mas a citação ao nome da família voltou a atingir a imagem de Seif como uma bomba.

A informação de que Anderson Henrique da Cunha, que já estaria sendo monitorado pelo setor de inteligência da Polícia Militar, teria sido preso após entrar na empresa JS Pescados, pertencente a Jorge Seif, pai do senador, chamou a atenção, ainda mais porque a mesma empresa teve um caminhão apreendido no Mato Grosso no ano passado, fato divulgado pelo SCemPauta, por estar carregando uma carga de maconha.

Jorge Seif, pai, não consta nas investigações do caminhão, mesmo com o veículo pertencendo à sua empresa, segundo apontam os documentos. De acordo com o advogado Rodrigo Fernandes, o veículo havia sido vendido antes de ser apreendido e destaca que há um processo em andamento para recuperar o caminhão devido ao não pagamento das parcelas. “Inclusive, penhoramos a casa do fiador”, informou.

No caso de ontem, o advogado contesta a informação vazada e culpa a Polícia Militar pela exposição de seu cliente, que ainda não teria sido chamado para depor. Segundo Fernandes, o traficante esteve numa outra empresa, que fica no condomínio pertencente a JS Pescados, que também tem o seu escritório no local. Sendo assim, o ideal seria apresentar ainda na manhã de hoje o contrato de locação para essa empresa à qual, segundo o advogado, pertence a um parente do homem preso com as drogas.

Outra questão que precisa ser esclarecida é como funciona o controle de acesso ao prédio, já que a JS Pescados, conforme já citado, teve o seu nome envolvido num caso de apreensão de drogas. Portanto, qual é o tipo de segurança, sabendo que é uma área altamente vulnerável para esse tipo de negócio?

O fato é que essa situação gerou um clima de acusação dentro da Polícia Militar, o que fez com que policiais estejam sendo pressionados por conta do suposto vazamento de informações, o que poderia caracterizar infração ao sigilo funcional.

(Marcelo Lula/SC em Pauta).

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