Desastres naturais geram perdas históricas de 380 bilhões de dólares

Em 2023, o mundo testemunhou um aumento sem precedentes nos desastres naturais, exacerbados pelas mudanças climáticas.

Com a temperatura média global elevada em 1,45°C acima dos níveis pré-Revolução Industrial, ocorreram recordes tanto na frequência quanto na intensidade de eventos extremos, incluindo enchentes, secas severas, incêndios florestais e furacões.

Segundo um relatório recente da Aon Seguros, esses desastres acumularam perdas econômicas globais na ordem de US$ 380 bilhões, marcando um aumento de 22% em relação à média do século XXI. Deste montante, US$ 118 bilhões foram cobertos por seguros, com 37 eventos ultrapassando a marca de um bilhão em prejuízos cada, o maior número já registrado pelo setor.

No cenário latino-americano, o relatório destaca a severa estiagem na bacia do Rio Prata, afetando gravemente o sul do Brasil, Argentina e Uruguai.

Esse evento específico causou prejuízos estimados em US$ 15,3 bilhões, principalmente na agricultura, com apenas US$ 1 bilhão sendo cobertos por seguros. Além disso, uma seca histórica atingiu o estado do Amazonas, levando o rio Negro ao seu menor nível desde 1902 e afetando significativamente o comércio, serviços e navegação na região.

No Brasil, o impacto dos desastres naturais foi especialmente palpável, com uma média de três eventos climáticos significativos por dia, forçando mais de meio milhão de pessoas a deixarem suas casas.

Um dos episódios mais marcantes ocorreu em São Sebastião, no litoral paulista, onde chuvas intensas provocaram destruição e desalojamento em massa.

Apesar da magnitude desses eventos, os seguros no Brasil cobriram somente 5% das perdas econômicas, revelando uma grande lacuna na proteção contra catástrofes no país.

(Da Revista Militar do Sul do Brasil).

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