Na visita do ministro Renan Filho, presidente da Alesc não poupa críticas ao governo de Bolsonaro

A vinda do ministro dos Transportes, Renan Filho, a Santa Catarina, no dia de ontem, movimentou o cenário político do estado. O motivo foi o discurso do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal (MDB), que começou a subir o tom das críticas.

De Nadal deu uma alfinetada no governo de Jair Bolsonaro (PL), que pouco investiu em rodovias no estado. Ao elogiar a vinda do ministro, fez uma comparação com as visitas de Bolsonaro. “O ministro não veio aqui só para dar discurso, também não veio para pescar e muito menos para andar de jet ski. Ele veio para anunciar obras, anunciar investimentos”, afirmou De Nadal.

O fato é que Mauro demonstra impaciência e, ao mesmo tempo, coragem de expressar o que boa parte do MDB pensa, mas não tem tido coragem de dizer abertamente. Primeiro sobre o Governo do Estado, quando falou da Saúde, segundo sobre a diferença de atendimento ao Estado, do governo Bolsonaro para o governo Lula. Enquanto alguns membros da bancada estadual do MDB se iludem pensando que serão vistos como bolsonaristas e aceitos pela extrema-direita, De Nadal quebra o silêncio e começa a expor a insatisfação com o que entende não estar bem, exaltando também ações das quais seu partido faz parte, como no caso dos investimentos em rodovias federais. No ano passado, o Governo Federal liberou R$ 1,38 bilhão para as rodovias que cruzam o estado, e ontem, Renan Filho confirmou pelo menos mais R$ 1 bilhão. Valores que superam o que foi enviado por Jair Bolsonaro durante quatro anos.

Também motivou comentários críticos nos bastidores, por parte de lideranças que foram ao ato, mais uma ausência do governador Jorginho Mello (PL). Mais uma vez o governador se negou a participar de um evento com a presença de um membro do Governo Federal, um verdadeiro erro estratégico, já que o Estado precisa manter uma boa relação com Brasília para ter acesso a recursos federais.

Jorginho poderia se espelhar no exemplo deixado pelo ex-governador Raimundo Colombo (PSD). Mesmo tendo uma posição ideológica diferente da então presidente Dilma Rousseff (PT), o então governador construiu uma boa relação, o que rendeu bons frutos para Santa Catarina, com a liberação de recursos e a execução de ações que ajudaram o estado.

“Manter uma boa relação institucional não diminui nenhum político, pelo contrário, só é grande quem consegue superar as diferenças quando está em jogo os interesses da população. Um exemplo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que mantém uma relação republicana com o governo Lula”, me disse um dos deputados que foram ao evento. Ele pediu para não ter o nome mencionado devido à sua relação com o governo.

(MARCELO LULA/SC EM PAUTA).

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