Dois ex-comandantes das Forças Armadas são alvo de operação da Polícia Federal

Dois ex-comandantes das Forças Armadas do governo de Jair Bolsonaro alvos hoje de busca e apreensão da Polícia Federal, questionaram a eficiência da urna eletrônica há menos de três meses das eleições, em julho de 2022.

O general Paulo Sérgio Nogueira, então comandante do Exército, afirmou na época que não há “programa imune ao ataque” e comparou a urna ao cartão de crédito clonado de sua mulher. “Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a um ataque, imune a uma invasão. Não há! Estão aí os bancos que gastam milhões de reais com segurança. Eu tive meu cartão clonado há três semanas e minha esposa, no ano passado. Então, isso é fato”, declarou Nogueira, numa audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, em 6 de julho de 2022.

O general foi um dos atingidos pela operação Tempus Veritatis. Nessa mesma sessão, estavam presentes outros militares do governo. Na reunião, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, outro alvo da PF nesta quinta, também duvidou das urnas eletrônicas e afirmou que nenhum sistema está “imune a falhas”.

“Eu sou brasileiro, tenho direito a ter opinião. Ninguém vai dizer que eu não tenho direito a ter opinião. É assim, como disse o nosso ministro, em qualquer sistema digital. Não é característica de um ou outro sistema digital ser imune a falhas, a sabotagens, a erros. Nada disso está garantido por decreto. Tudo isso tem que ser comprovado”, declarou Garnier naquele julho de 2022.

Garnier teria tido papel decisivo no desfile fora de época de tanques na Esplanada, em agosto de 2021, quando o Congresso votava proposta de voto impresso, que foi rejeitada.

(CORREIO BRAZILIENSE).

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