Crise climática está levando 2023 a ser o ano mais quente a história

A crise climática está levando 2023 a ser o ano mais quente da história. Dados do serviço europeu Copernicus, divulgados nesta quarta-feira (06), revelaram que novembro bateu recorde de calor, com uma temperatura média global de 14,22ºC. O número é 1,75°C maior do que o registrado no mesmo período da era pré-industrial (1850-1900).

Este é o sexto mês com recorde de calor no ano, sobretudo devido à influência do fenômeno meteorológico El Niño. Desde janeiro, a temperatura média tem sido a mais quente da história, registrando 1,46°C acima da média climática para o período 1850-1900 e 0,13°C acima dos primeiros 11 meses de 2016 — o ano mais quente até à data. 

Em novembro, a temperatura da superfície dos oceanos também foi a mais quente para esta época do ano, 0,25°C mais alta do que no pico anterior, em novembro de 2015. As temperaturas estavam acima da média em grande parte da Antártida, onde a cobertura de gelo marinho continuou a ser mais baixa do que o normal. Muitas regiões também enfrentaram secas extremas, como América do Sul e Ásia Central.

Segundo o Copernicus, os resultados de novembro confirmam o temor dos cientistas, que alertaram que 2023 poderia ser o ano mais quente da história. Até o momento, a previsão é que o ano termine com 1,4ºC acima da temperatura média pré-industrial.

“Enquanto as concentrações de gases com efeito de estufa continuarem a aumentar, não devemos esperar resultados diferentes dos observados este ano. As temperaturas continuarão a subir, tal como os efeitos das ondas de calor e das secas”, advertiu o diretor do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus (C3S), Carlo Buontempo.

A publicação do Copernicus acontece em meio à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. O encontro reúne quase 200 países e tem como objetivo desenvolver medidas precisas para preservar o meio ambiente e impedir que a temperatura global suba mais de 2ºC. 

Isso porque o Acordo de Paris estabelece metas de longo prazo para orientar as nações a reduzir substancialmente as emissões globais de gases de efeito estufa para limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC até 2100. A meta, no entanto, conseguirá ser cumprida apenas se os os países conseguirem reduzir as emissões significativamente até 2030.

Caso o objetivo não seja alcançado, cientistas alertam que o mundo terá cada vez mais eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e ondas de calor severas, aumentando as destruições por inundações e incêndios florestais. O rápido derretimento das geleiras também aumentará o nível do mar, fazendo com que cidades costeiras desapareçam completamente. (SCC10).

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