General Paiva quer aproximar Lula ao alto Comando do Exército

Em ensaio para reaproximar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o Exército, o comandante da Força, general Tomás Paiva, planeja reunir o petista com o Alto Comando em abril. A ideia é promover um almoço no quartel-general, em Brasília.
De acordo com aliados, Tomás deseja realizar o encontro antes do Dia do Exército, em 19 de abril. A data é uma das principais para os militares, assim como o Dia do Soldado (25 de agosto). A expectativa na cúpula da Força é a de que Lula também participe das comemorações no quartel-general.
Os episódios serão centrais para marcar a reaproximação do novo governo com o Exército, após episódios de golpismo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acampados em frente a quartéis e uma crise que levou à demissão do general Júlio César de Arruda do comando da Força.
Apesar de ter assumido o posto no final de janeiro, Tomás esteve todo esse período tentando apaziguar os ânimos na caserna com o Executivo federal e sinalizando um esforço de expurgo da política dentro da Força.
Generais ouvidos pela reportagem afirmam que o mês de abril tem sido considerado uma janela de oportunidade para o Exército se reaproximar de Lula e restabelecer um nível de confiança, após declarações negativas de ambos os lados.
O mês marcará a mudança de 6 dos 8 comandos de área, com uma dança das cadeiras entre os generais quatro estrelas, movimentação natural que costuma ocorrer a cada dois anos.
Tomás planeja acompanhar todas as cerimônias de passagem de comando. Nas viagens, ele pede encontros com os governadores de cada estado – como ocorreu na última semana com Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro.
A reaproximação começa com uma cerimônia de cumprimentos dos novos oficiais-generais, que normalmente ocorre no Palácio do Planalto, com a presença do presidente.
A data prevista é 5 de abril e o evento deve ocorrer após a cerimônia da espada, na qual os militares promovidos recebem uma réplica da arma usada por Duque de Caxias.
Tradicionalmente, o evento não tem discursos, ao contrário da cerimônia do Dia do Exército, quando o presidente pode ou não falar após as demais autoridades da Força. Durante o governo Bolsonaro, que foi marcado por uma relação próxima dos militares, todas essas datas contavam com sua presença e discurso, assim como reuniões de Alto Comando.
A reaproximação de Lula com as Forças Armadas começou com a Marinha, a Força mais antiga das três. Ele almoçou com o Almirantado em 15 de março, ouviu pedidos por aumento no Orçamento da Força Naval e repetiu seu compromisso em buscar melhores condições para o trabalho dos militares.
Na quinta-feira passada, Lula ainda visitou o Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, para conhecer o Programa de Submarinos da Marinha – um dos projetos considerados estratégicos para a Força.
(FOLHAPRESS).

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