Ano Novo, Velhos Desafios

———(* José Zeferino Pedrodo)——-

Agricultura forte, competitiva, produtiva e sustentável é o maior patrimônio de uma nação. De um lado, proporciona segurança alimentar com a oferta de alimentos abundantes, de qualidade e a preços acessíveis. Nação que não sofre o flagelo da fome – como documenta a história – vive em estabilidade social.  De outro lado, a agricultura é fonte de geração de riquezas para todas as regiões do hinterland brasileiro.

            O sistema confederativo formado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (FAESC) e Sindicatos Rurais – apoiado pelo braço de formação e qualificação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) – representa uma estrutura de alta relevância para o País porque promove a defesa técnica e política ao setor primário da economia, ao tempo em que assegura qualificação da base produtiva e a transformação das áreas onde atua. Essa transformação se expressa no crescimento econômico, na elevação da qualidade de vida e no desenvolvimento das microrregiões. Essa realidade deve ser motivo de orgulho para cada produtor rural, para cada dirigente sindical, para cada instrutor e supervisor.

            Por essas razões, são necessários e justificáveis toda a atenção e apoio para a agricultura porque – como uma “indústria a céu aberto” – é um setor impregnado pela imprevisibilidade. Está sujeita ao clima e sofre as influências do mercado, da ocorrência de pragas e epizootias, do câmbio, da política e das crises em geral. Ser produtor rural ou empresário rural exige obstinada perseverança. É uma missão para os fortes.

            O ano de 2023 foi repleto de percalços, tendo como expoente a crise climática, a explosão de custos de produção e os conflitos bélicos pelo mundo – notadamente as guerras Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas que, além das tragédias humanitárias que representam, perturbaram as cadeias internacionais de suprimentos com consequências em todo o planeta. Santa Catarina sentiu efeitos deletérios.

            O ano de 2024 será, provavelmente, marcado por um conjunto de fatores que impactará a agricultura brasileira, como entraves mercadológicos, recessão em alguns mercados e eventos climáticos extremos que ameaçam a produtividade e a produção de alimentos no Brasil e no Mundo.

            Nada, porém, ameaça nosso otimismo e nossa fé na capacidade de trabalho do produtor rural catarinense. Diante desse cenário é necessário manter e ampliar as estruturas de apoio ao setor, bem como aperfeiçoar as políticas agrícolas para que o País continue sendo uma potência mundial na produção de alimentos.

            O fato é que o agronegócio catarinense – acima de todos os desafios – continuará uma das maiores e mais dinâmicas locomotivas da economia, entregando ao País uma imensa produção agrícola e pecuária ambientalmente sustentável, pois o primeiro compromisso do produtor/empresário rural é a preservação dos recursos naturais – fator garantidor da perpetuação do seu negócio. Essencial, portanto, que a sociedade compreenda cada vez mais a dimensão, a importância e a complexidade da moderna e avançada agricultura verde-amarela, que se afasta de ideologias nocivas e abraça a ciência, a pesquisa e a tecnologia.

(*JOSÉ ZEFERINO PEDROZO -Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

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