Um governo (Santa Catarina) de incertezas
Jornalista Moacir Pereira, o decano do jornalismo político catarinense, em artigo publicado, demonstra preocupação com a definição da equipe do novo governador Carlos Moisés da Silva.
“O comandante Carlos Moisés da Silva vai assumir o governo de Santa Catarina dentro de seis dias, sem que neste momento nem o primeiro escalão esteja definido. Dirigentes de empresas e fundação também não foram indicados. Prioridades do novo governo, a partir da próxima semana, são desconhecidas. Fato inédito na história politica catarinense.
Este cenário insólito é, de alguma forma, consequência da virada surpreendente registrada nas eleições. Nem o governador eleito tinha expectativa de vitória. Pesquisas, analistas, dirigentes partidários e experientes parlamentares e líderes políticos apostavam suas fichas na ida para o segundo turno de Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB).
Quando Moisés acordou de uma filiação no PSL em cima do prazo e do registro da candidatura aos 45 minutos do segundo tempo estava dentro da disputa. E, na medida em que a campanha se desenrolou, sentiu-se oxigenado pelo 17 e pela onda Bolsonaro. Virou governador do dia para a noite.
Eleito, foi blindado pela assessoria ou isolou-se da imprensa, sem falar à sociedade que o elegeu. Até entre colaboradores e amigos a única explicação dada para este encouraçado é justamente a surpreendente vitória. Moisés da Silva estaria procurando ganhar tempo para se inteirar dos números, conhecer melhor o governo e ter um diagnóstico mais preciso sobre a situação do Estado”.
Na formação parcial do secretariado, a presença majoritária de coronéis e a total ausência de políticos experientes. Um critério que poderá ter resultados surpreendentes, mas também efeitos preocupantes.
Eleito com 71% dos votos, tem respeitável prazo de carência. Mas a contagem regressiva da cobrança começa na próxima semana.