A posição do autor do Site e o desabafo do deputado federal Valdir Luiz Rossoni
Apesar de você, poder até contestar, desde o final da década de 70 e início de 80 do século passado, através do jornal O Comércio e da Rádio Colmeia, acompanhei sua trajetória e às vezes, por ser alguns anos mais velho, até transmitido alguns conselhos, principalmente como deveria agir para, apesar de estar num município eleitoralmente inexpressivo, conquistar posição mais destacada no Paraná.
E você, Valdir Luiz Rossoni, conseguiu, como prefeito de Bituruna (e foi um excelente administrador) e posteriormente como deputado estadual em seis mandatos, destacando-se como líder do governador Jaime Lerner e depois como presidente da Assembleia Legislativa, marcada com ações que mereceram grande destaque na imprensa do Paraná e nacional como alguém que conseguiu ‘consertar’ várias irregularidades no parlamento estadual.
Em 2014, talvez já almejando posições mais importantes, conquistou uma das 30 cadeiras reservadas para o Paraná na Câmara Federal, que conta com 513 integrantes. E chegou lá respaldado com mais de 175 mil votos.
Mas Brasília tinha certeza que não te deixava a vontade, permanecendo lá sem muito brilho, provavelmente, apesar de ser do PSDB, como integrante do chamando ‘baixo claro’.
Foi então que o governador Carlos Alberto (Beto) Richa o convocou para ser o super chefe da Casa Civil. E, inegavelmente, foi. Homem de confiança do governador acabou distribuindo auxílios, acredito que para todos os 399 municípios do Paraná, com atenções para a região de União da Vitória.
Não vou aqui lembrar dos problemas que envolvem seu nome com as denúncias do Ministério Público, porque ainda precisam ser julgados pela Justiça. Espero que tudo aquilo que você tem afirmado a respeito dessas denúncias não sejam verdadeiras. Mas se forem, paciência…
A verdade é que não consigo entender como você que conquistou quase 180 mil votos para a Câmara Federal em 2014, agora no pleito de 2018, teve mais de 100 mil votos a menos, ficando fora de vez da vida pública.
Muita gente vai acabar me criticando, mas aqui em União da Vitória e municípios na região, os eleitores não levaram em consideração o que você vinha fazendo, principalmente como chefe da Casa Civil.
Valdir: Esse é o meu desabafo que faço, para te lembrar que você encontrou o caminho do sucesso na vida pública do Paraná, mas deixou para trás muitos daqueles que na verdade foram os primeiros que viram no jovem biturunense o futuro líder político da nossa região.
Sinto, mas sinto mesmo que desgraçadamente você tenho sua caminhada pública sido interrompida de certa forma até humilhante.
Exceto possíveis deslizes que você tenha que explicar para a Justiça – reafirmo que acredito nas tuas manifestações de inocência, mas não sou eu que foi julgar.
Contudo, considero teu desabafo.
Mas não vou esquecer das nossas longas prosas debaixo de uma gostosa sombra de uma árvore, ao lado do Clube União e Progresso, que você estava construindo há quase 40 anos passados, ou até mais.
O desabafo
Leia o desabafo de Valdir Luiz Rossoni, ainda deputado federal até o dia 31 de janeiro de 2019.
“Não me peçam o silêncio dos políticos. Não vou pagar pelo que não fiz nem pelo que os outros fizeram.
Um homem que teve a coragem de transformar a ALEP do PR, coisa que ninguém acreditava que fosse possível de fazer.
Um homem que teve a coragem de enfrentar os desafios de quebrar as barreiras entre o Governo e as escolas do Paraná e fazer uma verdadeira transformação.
Um homem que nasceu numa casa de tábua lascada e andou descalço, no frio, para ir para a escola.
Um homem que saiu de casa para completar os estudos, foi garçom de churrascaria, morou na Casa do Estudante, morou no centro de Curitiba, na 13 de Maio e na Riachuelo, local onde ficavam as pensões mais baratas.
Lutei como um leão para chegar onde cheguei. Sei que nada disso serve como prova da minha inocência. É mais um desabafo.
Agora, não me conformo de pagar pelo que não devo, pelo que não existiu. Não me conformo de ser execrado publicamente por suposições, pelo ‘achismo’.
Amigos, inclusive juízes respeitados, dizem que preciso manter o equilíbrio, porque a verdade virá à tona. Mas quando? No fim da vida? Certamente o meu silêncio será admitir uma culpa que não tenho. O que terei de fazer para provar que não tenho nada com essa roubalheira? Roubar dinheiro que deveria ir para escolas que nem construídas foram é ato criminoso, e bandido eu não sou.
Somente pessoas insanas, bandidas, sem consciência têm a coragem de cometer crimes como esses.
Como pode um delator confesso e bandido destruir a vida de um homem sem apresentar uma prova sequer? Bastou uma boa lábia para ter o direito de andar livre e solto. Usando tornozeleiras, quem cometeu o crime anda pelas ruas, shoppings e restaurantes gastando o dinheiro da roubalheira. Desafio a RPC, que vem nos escrachando há 5 anos com informações vazadas, a mostrar os documentos onde eu falo não à palavra de um marginal.
Sei que estou me tornando chato mas não é fácil se calar mediante tamanha injustiça.
Uma Ação Civil Pública, com um enredo de novela, na semana da eleição, depois de mais de 4 anos, destruiu o que eu tinha de mais sagrado.
Alguns vão me chamar de louco. Outros vão dizer que estou provocando o MP, mas alguém tem que dizer que MP é composto de seres humanos, também passíveis de erros. Não são semideuses, apesar de alguns se acharem acima de tudo e de todos.
Todos sabem que para alguém ser condenado é preciso fatos e provas. Hoje luto sozinho para provar que o que não fiz e que jamais faria.
Somos inocentes até prova em contrário. Que meu inconformismo sirva para muitos que injustamente estão gastando o que não têm com advogados.
Dizem que a justiça tarda mas não falha. Será?!!!!
Confio em mim, já sobrevivi a muita coisa.
A crítica faz parte da democracia, a injustiça não”.
(A íntegra do desabafo de Valdir Luiz Rossoni está postado no Facebook).