Bolsonaro admite romper relações com Cuba, afirmando que não pode errar, senão o PT volta

O presidente eleito Jair Bolsonaro admitiu a possibilidade de romper as relações diplomáticas do Brasil com Cuba. Em entrevista ao Correio Braziliense, Bolsonaro minimizou os laços comerciais entre os dois países e criticou a forma com que os profissionais cubanos do Mais Médicos são remunerados. Em entrevista à repórter Denise Rothenburg, Bolsonaro disse que não tem margem para cometer erros: “Se eu errar, o PT volta”.

“Respeitosamente, qual o negócio que podemos fazer com Cuba? Vamos falar de direitos humanos? Pega uma senhora que está aí de branco, que veio no programa Mais Médicos. Falei ‘senhora’, porque não sei se ela é médica, não fez programa de revalidação. Pergunta se ela tem filhos. Já perguntei. Tem dois, três, estão em Cuba. Não vêm para cá. Isso para uma mãe, não é mais que uma tortura? Ficar um ano longe dos filhos menores?”, questionou.

Mais Médicos

“Quem vem para cá de outros países ganha salário integral. Os cubanos ganham aproximadamente 25% do salário. O resto vai para alimentar a ditadura cubana? Foi acertado há quatro anos, quando Dilma era presidente, que se alguém pedisse exílio seria extraditado. Dá para manter relações diplomáticas com um país que trata os seus dessa maneira? Queremos o Mais Médicos? Podem continuar. Revalida, salário integral e traz a família para cá. Eles topam? Queremos reciprocidade.”No caso dos cubanos, segundo ele, o problema é que 75% do salário vai para o governo de Cuba, enquanto apenas os 25% vão para os contratados. Bolsonaro disse que o Mais Médicos pode continuar, desde que os profissionais estrangeiros passem pela prova de revalidação de seus diplomas no Brasil.

Em outro gesto de alinhamento com o governo norte-americano, Bolsonaro já adiantou que mudará a sede da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, o que agrada às comunidades judaica e evangélica, mas já provoca reações de palestinos.

Revanchismo

Bolsonaro defendeu o fortalecimento do Ministério da Defesa, que será comandado pelo general Augusto Heleno, e atribuiu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) o esvaziamento do papel dos militares no governo federal. Essa política, segundo ele, acabou.

“A intenção da criação do Ministério da Defesa, no fim do milênio passado, era tirar os militares da mesa ministerial, no governo Fernando Henrique Cardoso. Tirar da mesa porque os militares presentes ali incomodavam os ministros, alguns ministros, de Fernando Henrique Cardoso, que nunca demonstrou qualquer respeito para conosco. Tanto é que nosso sucateamento se agravou muito no governo FHC e continuou em parte no governo Lula”, declarou.

De acordo com o presidente eleito, os militares sofrem com “revanchismo” no Brasil. “É uma questão de revanchismo, aquilo, até mesmo a criação da comissão de desaparecidos, a Comissão da Verdade. O objetivo de bater nos militares é que, na verdade, nós somos o último obstáculo para o socialismo. Então, é na intenção ideológica o que vinha sendo feito. A mudança agora começa com um general de quatro estrelas à frente dele.” (Congresso em Foco).

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