80 anos do desembarque do 1º escalão da FEB na Itália
Após duas semanas cruzando o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo a bordo do navio americano General Mann, o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) chegou ao porto de Nápoles, na manhã de 16 de julho de 1944. Os cerca de cinco mil militares brasileiros, a maioria deles jovens soldados de 21 anos ou menos, de várias partes do País, iniciariam a saga da FEB em terras italianas durante a Segunda Guerra Mundial. Eles foram seguidos por outros quatro escalões de embarque, completando um efetivo de mais de 25 mil febianos nos meses vindouros.
A chegada ao porto de destino não foi das mais tranquilas. No livro “A FEB pelo seu Comandante”, o General Mascarenhas de Moraes fez um relato preciso do que a tropa encontrou ao desembarcar. “Não havia barraca para praça, nem cozinhas, por isso a tropa utilizou a ração norte-americana de reserva, tipo C, e teve de bivacar em meio a uma noite terrivelmente fria, o que se constituiu um rude teste para nossa gente. Cedo, porém, a situação se normalizou”, destacou o Comandante.
Após o navio atracar, o Comandante das Forças Norte-Americanas no Mediterrâneo, Tenente-General Jacob L. Devers, subiu a bordo para cumprimentar os brasileiros. Uma guarda de honra formada ao longo do cais prestou a continência ao General Mascarenhas de Moraes.
A tropa seguiu para a área de estacionamento em Agnaro, nas proximidades do subúrbio napolitano de Bagnoli, uma parte a pé e outra, por ferrovia. Nessa área, localizava-se um bosque plantado em ampla cratera do vulcão Astrônia. Por conta do frio intenso e da poeira negra vulcânica, muitos brasileiros baixaram à enfermaria do 23º Hospital Geral (182º Station), instalado na área de “feira de amostras” de Tarquínia.
Os primeiros dias após o desembarque foram marcados por dificuldades na finalização do adestramento para o combate, por conta de problemas na logística de distribuição de material bélico. Contudo, a partir de 4 de agosto de 1944, já em Tarquínia e incorporados ao V Exército Norte-Americano, o 1º Escalão da FEB pôde aprimorar a instrução militar, com instruções sobre os novos armamentos individuais e coletivos, incluindo exercícios de tiro. A partir de então, os pracinhas estavam prestes a efetivamente entrar em ação na Itália.