O Exército Nacional e a enchente do Rio Grande do Sul
A Operação Taquari 2 completou 30 dias de trabalhos ininterruptos no Rio Grande do Sul. Por conta das fortes chuvas que atingiram 471 municípios do estado, o Exército Brasileiro trabalha junto dos voluntários e de outros órgãos públicos desde o dia 30 de abril em apoio à população atingida. Entre as principais atividades estão as operações de resgate e transporte de desalojados e ribeirinhos, instalação e operação de Hospitais de Campanha, transporte e distribuição de toneladas de donativos, medicamentos e água potável e reestabelecimento de vias e pontes.
Em imediata resposta à crise, o Ministério da Defesa ativou o Comando Operacional Conjunto Taquari 2 para atuar nos municípios em situação de calamidade pública. O General de Exército Hertz Pires do Nascimento, Comandante Militar do Sul, foi designado para comandar a Operação, que integra diversos órgãos. Já no dia 29 de abril, a força-tarefa passou a trabalhar dia e noite no apoio à população do Rio Grande do Sul.
O Comandante do Exército visitou a região e participou do briefing da Operação. Ele destacou que a sinergia tem sido fundamental para o trabalho coordenado com as demais agências e que a integração das ações no Comando Militar do Sul, com efetivo de 51.500 militares, oferece as condições para o sucesso das operações. “Podemos aumentar o efetivo com militares do Paraná e Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul. Na medida em que for necessário, deslocaremos nossos meios para reforçar ainda mais as ações, para levar socorro rápido e ágil à população”, disse General Tomás.
As primeiras ações desencadeadas pela Operação Taquari 2 foram marcadas pelos resgates às vítimas, por meio de aeronaves, botes e viaturas blindadas Guarani. A utilização de helicópteros também tem sido fundamental para o resgate rápido de moradores em situação de risco. O imprescindível trabalho de busca e salvamento aéreo, realizado pelos militares da Aviação do Exército, segue pela madrugada com a utilização de óculos de visão noturna de alta tecnologia que permitem a operação em ambiente com iluminação reduzida. A Aviação do Exército também apoia o abastecimento de água, oxigênio e medicamentos pelo estado gaúcho. Até o momento, mais de 72 mil pessoas e 10 mil animais já foram resgatados pelas equipes da Operação Taquari 2, que utiliza mais de 5 mil viaturas e 70 aeronaves.
A instalação de Hospitais de Campanha é uma importante parte dos esforços que apoiam a população gaúcha, com mais de 15 mil atendimentos realizados. O município de Estrela, a cerca de 100 km de distância de Porto Alegre, foi o primeiro a receber a estrutura hospitalar, vinda do Rio de Janeiro. Equipes médicas do Hospital Militar de Área de Porto Alegre e da Policlínica Militar de Porto Alegre apoiam os atendimentos. Esses profissionais atuam na recepção, triagem, ambulatório, sala de medicação, sala de observação e emergência. Os Comandos Militares do Oeste e do Nordeste também enviaram seus hospitais modulares. Ao todo, já são 13 Hospitais de Campanha das Forças Armadas operando no Rio Grande do Sul.
Uma das missões da Engenharia Militar é garantir o apoio à mobilidade dos cidadãos. Ao longo desses 30 dias, engenheiros do Exército realizam trabalhos de abertura de passagens em obstáculos, de transposição de cursos d’água, de navegação em vias interiores e de conservação e reparação de pistas e estradas, além do lançamento de pontes temporárias e de passadeiras, para reconectar regiões que ficaram isoladas.
Com a união de esforços, quartéis de todo o Brasil levam apoio ao Rio Grande do Sul. Vindos do estado de Santa Catarina, os militares do 5º BATALÃO DE ENGENHARIIA DE COMBATE BLINDADO DE PORTO UNIÃO, comandado pelo Ten-Cel Diego da Silva Agostini, transportaram médicos e socorristas para a cidade de Eldorado do Sul (RS). Já os militares da 15ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada, da cidade de Palmas (PN) realizaram trabalhos de melhoramento e desobstrução de vias avariadas no distrito de São Valentim, em Santa Maria (RS). Essas ações permitiram reabrir o acesso ao distrito, possibilitando o trânsito dos moradores.
Além de helicópteros, o Comando de Aviação do Exército, sediado em Taubaté (SP), disponibilizou diversos drones modelo Matrice 300 RTK e pessoal especializado para apoiar nos resgates e no planejamento logístico da Operação Taquari 2. Os sistemas de aeronaves remotamente pilotados (SARP) possuem câmera com zoom de 200x e função de visão termal, com alcance de voo de até 15 km. Além disso, para reestabelecer a conectivdade, uma equipe do 3° Centro de Telemática, de São Paulo, desembarcou em Canoas com 150 dispositivos de conexão à internet via satélite.
Vindos do Rio de Janeiro, militares da Brigada de Infantaria Pára-quedista realizaram a entrega de suprimentos no município de São Jerônimo, a partir do lançamento aéreo de carga. O Comandante do Exército acompanhou a atividade e explicou que o lançamento da carga foi a melhor solução logística para levar assistência aos locais onde a população está isolada. “É uma ação essencial, que vai ajudar muito o povo neste momento”, concluiu.
Capelães Militares também atuam na importante missão de confortar corações e espíritos assolados pela tragédia, levndo assistência religiosa aos abrigos da região. Em Porto Alegre, o padre Lucas Antônio, Capelão do Comando Militar do Sul, percorre os locais que acolhem as pessoas desabrigadas, levando uma palavra de esperança.
A mão amiga da Força Terrestre está conduzindo para o Rio Grande do Sul milhares de toneladas de donativos em comboios que cortam o Brasil de norte a sul. Somente de Brasília, partiram mais de 600 toneladas de alimentos, roupas, medicamentos e itens de higiene. O Comandante do Exército destacou que o esforço é parte de uma grande operação logística para transportar doações para o Rio Grande do Sul, o que comprova o senso de solidariedade do povo brasileiro.
Graças à sua disponibilidade permanente, as tropas do Exército ofereceram pronta resposta à situação de calamidade no Rio Grande do Sul, atuando desde o primeiro dia. A operacionalidade e o adestramento dos militares facilitam o apoio à população, mesmo diante de catástrofes.