Governador Jorginho de Mello não comparece à reunião com Geraldo Alckimin

No evento realizado na Fiesc nesta sexta-feira (26), com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, foi notada a ausência do governador Jorginho Melo (PL), justificada por “compromissos de agenda previamente marcados”.

O vice-presidente da República apresentou aos empresários e políticos catarinenses a nova política industrial do governo federal, sem a presença de Jorginho Mello - Foto: Filipe Scotti/Fiesc/ND
O vice-presidente da República apresentou aos empresários e políticos catarinenses a nova política industrial do governo federal – Foto: Filipe Scotti/Fiesc/ND.

O governador perdeu a oportunidade de ampliar sua relação com o governo federal e cobrar do vice-presidente o tratamento que Santa Catarina merece.

Esta é a opinião de empresários que estiveram na Fiesc, com auditório lotado, e que criticaram a ausência da principal autoridade do Executivo. Apesar da presença de secretários de Estado de pastas importantes como Cleverson Siewert, da Fazenda, Marcelo Fett (Ciência e Tecnologia) e Silvio Dreveck (Indústria e Comércio).

Fiesc soube usar a presença de Geraldo Alckmin. O presidente Mário Cezar Aguiar, em didática apresentação, mostrou a força do setor produtivo e cobrou recursos federais para a vários setores, principalmente de infraestrutura.

Também reconheceu que, no ano passado, o governo federal fez grande investimento nas rodovias, mas insuficiente ainda para reduzir o déficit acumulado nos últimos anos.

A falta de obras rodoviárias – duplicação e conservação de estradas que cortam Santa Catarina – representam um gargalo ao crescimento econômico. A falta de mobilidade é sinônimo de prejuízos e as estatísticas de mortes colocam Santa Catarina num ranking vergonhoso.

O presidente da Fiesc foi firme no seu posicionamento, porém respeitoso. Colocou Santa Catarina no patamar que merece em relação ao governo federal.

A classe empresarial aguardava uma manifestação firme também do governador Jorginho, que se fez representar pela vice Marilisa Boehm, que fez um discurso de improviso, quase protocolar.

A ausência de Jorginho em compromissos com ministro que visitam Santa Catarina tem sido constante. Porém, esta semana esteve em Balneário Camboriú para abraçar o ex-ministro Paulo Guedes.

AGENDA OU ESTRATÉGIA POLÍTICA DE JORGINHO

Seria mesmo um problema de agenda ou estratégia política? Ambas as justificativas destoam do atual momento político.

O governador Jorginho, que preside o PL em Santa Catarina, na opinião de empresários que estavam na Fiesc, deveria ouvir todos os segmentos, não apenas seus eleitores mais radicais e alinhados com a direita, antes de decidir não receber ministros de Lula.

Santa Catarina é um estado diferenciado e sempre conviveu em harmonia com o poder central. Vale lembrar que ex-governadores não abriram mão de suas convicções ideológicas, mas trafegaram com desenvoltura em Brasília.

O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) tinha trânsito livre com Dilma Rousseff (PT) e diálogo permanente com o governo petista da época. Jorginho não pode repetir o erro de Carlos Moises, na época no PSL, que também isolou Santa Catarina por muito da gestão de Jair Bolsonaro.

(PAULO ROLEMBERG/ND+).

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