Lei estadual do Paraná reforça memória das vítimas do Holocausto
O dia 27 de janeiro é marcado por celebrações mundiais em homenagens às vítimas do Holocausto. Nesta data, há 79 anos, eram libertados do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau os sobreviventes da barbárie nazista. No Paraná não é diferente e a Assembleia Legislativa, através da Lei 15.829/2008, incluiu o Dia em Memória das Vítimas do Holocausto no Calendário Oficial do Estado do Paraná.
A iniciativa do deputado Nelson Justus (União) recebeu o apoio de todos os parlamentares. O objetivo é duplo: servir como uma data anual de homenagem aos seis milhões de judeus mortos no Holocausto e de milhões de outras vítimas do regime nazista e promover a educação sobre o Holocausto. A data foi instaurada inicialmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2005.
“O nosso projeto foi aprovado em 2008 por unanimidade para mostrar que a memória da dor nos educa. Nós temos o dever de passar adiante, para todas a gerações, o que foi o Holocausto, o malefício, o que significou a morte de seis milhões de judeus, que foram perseguimos e massacrados”, justificou Nelson Justus.
“E um estado como o Paraná, que mostra preocupação e reconhecimento com a dignidade humana, faz com que perpetuemos a memória deste povo tão sofrido que é o povo judaico. Nós temos o dever de mostrar a todos, principalmente aos negativistas, que acham que não aconteceu. Hoje assistimos pela televisão a guerra naquele país. Por isso, é muito importante essa lei para que possamos cultuar a memória de um povo que nós temos muito orgulho”, reforçou o deputado.
Em ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto da data, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB), a Federação Israelita do Paraná e o Museu do Holocausto de Curitiba realizam no domingo (28) um Ato Solene. O evento, restrito a convidados, terá como tema “Vozes contra a Intolerância: Reflexões sobre racismo, antissemitismo, discurso de ódio e o Holocausto”.
Museu
O Brasil é lar da segunda maior comunidade judaica da América Latina e décima maior do mundo, tendo acolhido diversas famílias que fugiram dos horrores do Holocausto. Não há um número exato de judeus sobreviventes no Brasil, mas a estimativa é de que sejam 25 mil pessoas. E a capital paranaenses é uma referência por abrigar o primeiro espaço dedicado à memória das vítimas. O Museu do Holocausto de Curitiba foi criado em 2011 e reúne objetos e depoimentos de pessoas que sofreram com o genocídio promovido pelo regime nazista alemão.
“Trabalhamos de forma personificada. O holocausto não é a história de milhões de pessoas. É, sim, milhões de histórias diferentes, com vidas e sonhos. Ao invés de pilhas de sapatos de vítimas, temos um sapato e contamos a vida do dono dele. A partir desses objetos contamos essas histórias. O objetivo é justamente criar essa empatia o mais rápido possível, mostrar que não são só números. Não temos dimensão do que significa seis milhões de judeus mortos. A partir dessa conexão, criamos outras conexões com as coisas que acontecem hoje com a gente” explicou o coordenador geral do Museu, Carlos Reiss, em entrevista ao programa Arte & Cultura na Assembleia, da TV Assembleia.
O espaço está fechado desde 20 de dezembro para uma grande reforma da parte externa, além de serviços de manutenção e acessibilidade. A reabertura está prevista para fevereiro.
Agendamento
As visitas ao Museu do Holocausto podem ser agendadas através do site https://www.museudoholocausto.org.br/. O museu fica na rua Cel. Agostinho Macedo, 248, no bairro Bom Retiro, em Curitiba. O espaço funciona na segunda, terça e quarta, das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 17h30; já na sexta o horário é das 8h30 às 11h30; por fim, no domingo, o horário é das 9h às 12.