Santa Catarina vive um verdadeiro dilúvio que atinge várias regiões
——–(MOACIR PEREIRA)——-
Duas questões polêmicas envolvem as análises sobre este verdadeiro dilúvio que se abate sobre várias regiões de Santa Catarina, podendo provocar a maior enchente do século atual.
O primeiro revela omissão ou displicência do poder público, no caso os governos estadual e federal, em relação às obras de contenção do Vale.
No segundo mandato do governo Raimundo Colombo, a partir da tragédia do Morro do Baú, há 13 anos, um plano da agência japonesa JICA previa novas pequenas barragens em todo o Vale do Itajaí.
São 3 barragens em Petrolândia, Braço do Trombudo e Mirim Doce, incluídas no PAC da Dilma. Colombo deixou prontas as licitações das três obras complementares. Passaram-se quatro anos do governo Moisés e nada aconteceu. E outras 2 mini barragens em Agrolândia e outra em Botuverá, esta transferida para a Casan pelo governo passado.
O segundo, mais grave e mais delicado, envolve a intransigência dos índios em relação ao funcionamento da barragem de José Boiteux.
É considerada vital para segurar as águas e evitar enchentes em Rio do Sul e Blumenau, e outros municípios.
Os indígenas alegam que o governo atual não cumpriu o Plano de Contingência, que previa cestas básicas, ambulância, médicos e transporte para as aldeias que ficam isoladas com o fechamento das comportas.
O secretário da Defesa Civil, ex-deputado Armando Reis, informou que esteve pessoalmente com os caciques negociando a liberação do material. Um pequeno grupo, contudo, exibia a prévia entrega das cestas básicas para autorizar o fechamento das comportas.
Como há decisão judicial autorizando a operação e considerando a gravidade do momento, o governador Jorginho Mello autorizou a operação em José Boiteux, com uso de reforço policial.
O comandante da PM, coronel Aurélio Pelozato, divulgou um vídeo relatando que a operação tinha sido realizada, apesar de um conflito com alguns índios que insistiam em negar passagem e agrediram policiais.
Será que a vida de milhares de famílias ameaçadas no Vale do Itajaí pela barragem de José Boiteux, vale menos que a proteção dos indígenas?