Por que o primeiro da lista recusou o coração que acabou transplantado em Faustão?
A Central de Transplantes do Estado de São Paulo não informou o motivo da recusa da equipe médica do primeiro paciente da lista, mas existem algumas possibilidades.
Elas podem estar relacionadas a incompatibilidades entre receptor e doador.
De acordo com a cardiologista Carolina Casadei dos Santos, especialista em insuficiência cardíaca e transplante de coração filiada à Sociedade Brasileira de Cardiologia, são vários os motivos que podem levar a equipe médica a recusar um órgão, como no caso do primeiro paciente da lista.
As razões podem ir desde questões logísticas, como a indisponibilidade do paciente para a cirurgia imediata, até a incompatibilidade anatômica entre o doador e o receptor.
“A recusa pode ser por questões logísticas, do tempo que levaria para o coração chegar dependendo de onde estivesse esse outro receptor, pela questão do peso do paciente, que pode servir para um, e não para o outro”, explica a médica.
Segundo as normas de compatibilidade para transplante de coração, o receptor só pode receber o órgão de um doador com peso que varie até 20% para mais ou para menos em relação ao de quem aguarda o transplante.
Um paciente de 80 kg, por exemplo, só pode receber um órgão de um doador que pese entre 64 kg e 96 kg.
Em São Paulo, o tempo de espera por um transplante de coração para potenciais receptores do grupo sanguíneo B, como era o caso em questão, é de um a três meses — mas pode ser reduzido por urgência.
Faustão estava na UTI desde o começo do mês e passava por diálise. Ele havia sido diagnosticado com um quadro de insuficiência cardíaca, que é quando o coração perde a capacidade de bombear sangue adequadamente para outras partes do corpo. (R7).