Câmara de Vereadores extingue mandato do prefeito de Três Barras
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A Câmara de Vereadores de Major Vieira aprovou na noite desta terça-feira, dia 1º, por unanimidade, em primeira votação, o pedido de extinção do mandato do prefeito Adilson Lisczkovski (Patriota), que se tornou réu na Operação Mensageiro após o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC) ter acatado a denúncia enviada pelo Ministério Público (MP).
Dessa forma, Edson Schroeder (PT), que respondia interinamente pela prefeitura passa a ser o titular do cargo de prefeito até 31 de dezembro de 2024, quando então finda o mandato e assume o vencedor ou vencedora do pleito ordinário marcado para outubro do ano que vem.
Consequência da extinção do mandato, o processo contra Lisczkovski, que estava no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), desce para a primeira instância, no fórum da comarca de Canoinhas. O juiz titular da Vara Criminal de Canoinhas, Eduardo Veiga Vidal, deve dar prosseguimento ao processo, a exemplo do que já acontece com Renato Pike, que da mesma forma como Lisczkovski teve seu mandato extinto pela Câmara de Vereadores.
ACUSAÇÃO
De acordo com informações oficiais da decisão do TJSC que o tornaram réu, Lisczkovski teria participado do esquema que culminou na Operação Mensageiro, se comprometendo a usar o seu poder de prefeito para colocar a máquina pública de Major Vieira à disposição dos interesses do Grupo Serrana sempre que a empresa julgasse necessário e, em contrapartida, receberia um valor mensal de R$ 5 mil em propina.
O agora ex-prefeito foi preso por equipes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em 27 de abril de 2023, quando foi deflagrada a quarta fase da Operação Mensageiro.
Na data da prisão de Lisczkovski, sua defesa apresentou um pedido de licença para a Câmara Municipal pelo prazo de 60 dias.
Encerrado o prazo da licença no dia 25 de junho, não houve novo pedido de afastamento, “de modo que pode aplicar-se o disposto no art.76 da Lei Orgânica do Município de Major Vieira que estabelece: Art. 76 – O prefeito e o vice-prefeito, quando no exercício do cargo, não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do município por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo ou de mandato”, argumentou a comissão processante instituída no mês passado.
Presidente da comissão de inquérito instituída para investigar a relação da Serrana com a prefeitura, Vilma Kiem (PSD) disse que “hoje se encerra um ciclo do qual não nos orgulhamos nem um pouco, mas é nosso trabalho, é o que precisamos fazer”.
Membro da comissão, Soleima Aparecida de Oliveira (UB) disse que a situação é difícil, que não queria que esse momento acontecesse, mas que é necessário. “Com a divulgação dos motivos pelos quais o prefeito foi preso pudemos confirmar o que estava acontecendo”, disse a vereadora citando frases de campanha do então prefeito qie destacavam a honestidade. “As pessoas tomam o poder e acham que o que é público é delas”, concluiu alertando que a extinção do mandato sirva de lição para quem pretende disputar a prefeitura no ano que vem. A vereadora ainda veiculou um áudio no qual o promotor da Et Pater Filium, Renato Maia de Faria, prega contra a corrupção e se diz estarrecido com o que viu em Major Vieira.
Laércio Sobczack (MDB) falou de “momento difícil, mas necessário”, lembrando que Lisczkovski assumiu falando bonito, defendendo causas, sobretudo o respeito ao major-vieirense, o que de fato não aconteceu.
Silvio Kizema lembrou que “sozinho ele não fez”, se referindo ao prefeito e as “pessoas certas” que ele dizia que teria colocado nos cargos certos.
O presidente da Câmara, Antônio Almeida (MDB) concluiu afirmando que os vereadores estão fazendo o que lhes cabe, embora não seja o que queriam.
A segunda e decisiva votação acontece na próxima semana.