Policiais catarinenses criticam projeto ligado ao “Escola Mais Segura”

———–( MARCELO LULA/SC EM PAUTA)———–

Policiais Militares não veem com bons olhos o projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa, que regulamenta o chamado “bico”, ou seja, se aprovado, eles passam a poder trabalhar em horário de folga em escolas estaduais fazendo a segurança.

Conversei com alguns policiais que definiram o valor da hora paga como “ridícula”. Os relatos são de que não paga nem o combustível que será usado no deslocamento até as escolas. Em suma, além de ser baixo, 45% do ganho ficará retido em impostos.

A Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc) enviou nota reclamando que em momento algum foi consultada sobre o projeto e que, a medida pode impactar significativamente nas horas extras. A entidade afirma que tem se mostrado disposta a participar ativamente de debates e, colaborar na elaboração de projetos que abordam questões relacionadas aos profissionais da segurança pública. “Acreditamos que o diálogo aberto e transparente é essencial para encontrar soluções que atendam tanto aos Policiais Militares quanto à sociedade”, diz a nota.

A Aprasc vai além, ao dizer que, da forma como foi construído, o projeto representa um retrocesso em relação às conquistas já alcançadas pela categoria, podendo provocar sobrecarga de trabalho para os militares, já atingidos pelas mudanças de escalas, comprometendo sua saúde física e mental, além do desempenho nas atividades oficiais. “Estamos empenhados em buscar alternativas viáveis ​​que garantam a segurança nas escolas, sem prejudicar os profissionais da segurança pública”, afirma a entidade.

Procurado, o Governo do Estado informou, em nota, que não existe “bico oficial”. Também explica que o Grupo Gestor está avaliando possibilidades para suprir a demanda das 1054 escolas, já que não há policiais disponíveis nesse quantitativo. “O Governo trabalha com uma Rede de Segurança Escolar, programa institucional da PMSC. As escolas que ainda não contam com policiais da reserva estão seguras por meio de ações como a ronda escolar, o treinamento FEL (Fugir, Esconder, Lutar) e as ações do Proerd – todas essas permanecem na totalidade dos municípios”, diz a nota.

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