Copel lança oferta de venda de ações que aproximará a empresa da privatização

A Copel acaba de lançar uma oferta de ações que vai culminar na privatização da companhia elétrica controlada hoje pelo Estado do Paraná.

O follow-on, esperado há meses, vai movimentar R$ 4,3 bilhões na oferta-base considerando o preço de referência de R$ 7,85, do fechamento de segunda-feira.

Caso o greenshore seja exercido, a oferta seria elevada em 15%, totalizando R$ 4,95 bilhões. A oferta-base será 41,9% primária, entrando para o caixa da Copel. O restante será uma venda secundária do Estado do Paraná.

Já no greenshoe, apenas 22,5% serão primários. A oferta já nasce 100% coberta com base nas indicações preliminares de investidores locais e internacionais, segundo fontes a par do assunto.

Caso o montante total seja vendido, a participação do Paraná na Copel cairia dos 31,1% atuais para apenas 15,6%, transformando a companhia de energia numa full corporation. 

Outro grande acionista da Copel é o BNDES, que hoje tem 24% do capital. A expectativa é que após o follow-on a participação do banco de fomento também seja diluída, já que ele não deve comprar na oferta. 

A parcela primária — R$ 1,9 bilhão — será usada basicamente para pagar a outorga das renovações das três hidrelétricas da Copel, uma condicionante para o processo de privatização.

Essas três hidrelétricas — Foz do Areia, Segredo e Salto de Caxias — têm 4,1 GW, respondendo por 60% da capacidade de geração da companhia. A Copel terá que pagar R$ 3,7 bilhões pelas renovações.

Numa entrevista recente ao Brazil Journal, o CEO Daniel Slaviero disse que a ideia é que cerca de metade desse pagamento seja feito com a emissão de dívidas, e metade com a captação do follow-on. 

A Copel fechou o primeiro trimestre com uma alavancagem de 2,5x EBITDA dos últimos doze meses.  A privatização da Copel prevê ainda a criação de uma ‘golden share’ nos moldes do que foi feito na Eletrobras.

Essa ‘golden share’ será detida pelo Estado do Paraná e lhe dará poder de veto em alguns temas.  A oferta ainda depende da validação pelo TCU do valor da outorga da renovação das três hidrelétricas e da definição pelo TCE-PR do preço mínimo da oferta.

A expectativa é que as duas questões sejam concluídas até semana que vem.  O pricing está marcado para o dia 8 de agosto. Os coordenadores são o BTG Pactual (líder), Itaú BBA, Bradesco BBI, UBS BB e Morgan Stanley.

(BRAZILJOURNAL).

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