De volta do exterior, governador do Paraná começa analisar PEC do Orçamento Impositivo
Depois de duas semanas liderando a missão internacional que passou pelos Estados Unidos e Portugal, apresentando potenciais econômicos do Estado, Ratinho Junior reassumiu o comando do Governo do Estado nesta quinta-feira (18). E nem bem chegou, já se reuniu com secretários e conselheiros do núcleo duro do Palácio Iguaçu para “tomar pé” de alguns assuntos importantes e sensíveis para o governo.
Um deles é a questão da PEC do Orçamento Impositivo na Assembleia Legislativa que garante o pagamento milionário de emenda para cada um dos 54 deputados. Mesmo estando do outro lado do oceano, Ratinho era informado do que acontecia por aqui e recebeu, por exemplo, a listagem com o nome dos deputados da base governista que assinaram a PEC.
Diante da velocidade que era imprimida na Alep, cogitaram até pedir regime de urgência para apreciar a PEC, a base recebeu o recado para frear o andamento e aguardar Ratinho retornar.
“Rebelião” — Agora de volta ao gabinete no 3° andar, o governo terá de dar uma solução para a PEC considerando basicamente dois fatores: o dispêndio financeiro e o início de uma espécie de “rebelião” de parte da base aliada que promete lutar até o fim para garantir os tostões.
Algumas estratégias já estão em curso, como reuniões com dirigentes dos partidos aliados buscando a retirada de assinaturas. O recado é claro: o governo não vê com bons olhos esta PEC.
Ao mesmo tempo, o Blog Politicamente apurou que já circula em alguns poucos gabinetes pelo menos duas versões, rascunhos, de um novo texto da PEC que alteraria o porcentual da Receita Liquida.
A redação original prevê destinação de 2% da Receita do Estado — o que garantiria cerca de R$ 16 milhões para cada deputado. Os parlamentares que lideram esta PEC estão dispostos a reduzir significativamente esta porcentagem. Existe uma certeza no Palácio Iguaçu: PEC com 2% da Receita não vai prosperar. Até porque o impacto seria de mais de R$ 800 milhões — recurso que poderia ser usado, por exemplo, para quase quitar as duas últimas parcelas do acordo com o Banco Itaú no caso da venda do Banestado.
Limbo? — Um palaciano contou ao Blog Politicamente que são grandes as chances desta PEC cair no limbo — mesmo destino que as mesmas apresentadas nos governos Beto Richa e de Cida Borguetti. Haja interlocução política para se chegar a um consenso entre Poder Executivo e Legislativo.
A PEC expõe um ruído na gestão política do governo. Sinal que a máquina não esta azeitada. É mais uma aresta que o governador vai ter que aparar neste retorno ao gabinete.