Nome indicado por Jorginho de Mello para a Celesc esteve preso por fraudes na Petrobras
Depois de amanhã o Conselho de Administração da Celesc se reúne para avaliar mais dois nomes, indicados pelo governador Jorginho Mello (PL) para compor como conselheiros da companhia. Acontece que um dos nomes indicados chamou a atenção dos servidores.
Ricardo Moritz, um hábil contador com mestrado em economia que, em 11 de julho de 2007, foi preso sob a suspeita de fazer parte de uma quadrilha que fraudava licitações em reparos de plataformas da Petrobrás. Moritz que na época presidia a Fundação Celos, uma gestão apontada como prejudicial para a entidade, usava de sua influência para participar do esquema. Ele foi acusado pelo Ministério Público de participar das fraudes como laranja do contador, Ruy Castanheira, um dos responsáveis pelo esquema.
Em outro processo, desde 2021 Moritz e o seu filho, Ricardo Moritz Júnior, recorrem em uma ação que apura esquema ilícito de contratações e subcontratações para, segundo o MP, desviar recursos públicos com fins privados e financiamento de campanhas eleitorais. “Robusta prova documental que demonstra repasse de vultosas verbas públicas e a inexistência da execução dos referidos serviços”, diz o desembargador, Gilberto Matos, relator da apelação que acabou sendo negada aos réus, já que os demais desembargadores acompanharam a decisão de Matos de negar o pedido dos Moritz.
Se os servidores já estavam preocupados, primeiro com toda a movimentação para nomear Ênio Branco para a presidência, articulação revelada por esta coluna, mas que acabou não indo adiante devido a repercussão. Agora todos parecem ter uma única certeza: Jorginho Mello quer preparar a Celesc para a mudança do controle acionário, atendendo a pressões dos maiores acionistas privados que são o empresário Lírio Parisotto, e a Energias de Portugal (EDP).
Acontece que, ao não conseguir bancar a indicação de Branco, Jorginho escolheu para a presidência, Tarcísio Rosa, conforma divulguei em primeira mão. Ao presidir a companhia de energia do Amazonas, ele preparou a empresa para a privatização que até hoje tem os seus termos criticados, por terem sido desvantajosos para o Estado e o consumidor. Além dele, o próprio Ricardo Moritz para a diretoria de Planejamento, Controle e Compliance. Tido como um cargo estratégico, pois tem acesso a todos os números da Celesc, os servidores temem que Moritz venha a apresentar dados visando favorecer o discurso pela privatização.
Com a palavra, Jorginho Mello, que prometeu durante a campanha aos servidores que manteria a Celesc sob controle do Estado. O que mudou? Qual a vantagem para Santa Catarina e os funcionários da companhia, tirar o controle acionário do Estado?
(SC em Pauta).