A nossa histórica ponte ferroviária “Machado da Costa”

A nossa histórica ponte ferroviária Machado da Costa

Quando o nível do Rio Iguaçu atingia um pouco mais de seis metros e meio, o principal acesso ao bairro São Cristóvão, pela chamada curva do cotovelo, embaixo da ponte Machado da Costa, ficava (como deve ficar) interditado, obrigando automóveis e veículos pesados a utilizarem a passagem existente no conjunto habitacional Panorama, através de ponte sobre o Rio Vermelho.

Mas quando o nível do Iguaçu aumentava ainda mais, a passagem pelo conjunto Panorama também ficava interditada, restando apenas o acesso a São Cristóvão pela Domício Scaramella e da BR-476 passando no entorno do Baú Clube de Campo até bairro São Sebastião, que integra a área do distrito.

O problema poderia ser emergencialmente resolvido com a transformação da Ponte Ferroviária Machado da Costa em rodoferroviária, desde que ações da Prefeitura e a RFFSA fossem tomadas.

Já na década de 60 do século passado, a transformação da ponte, seguindo o exemplo de várias cidades com o mesmo problema, foi, através de campanha liderada pelo Lions Clube, com convincente argumentação junto ao então Ministério dos Transportes, reivindicada a transformação. Mas o pleito do Lions, que tinha o respaldo de outras instituições e da população, não foi levado em consideração e nem tampouco autorizado pela RFFSA.

PONTE DOMÍCIO SCARAMELLA

Com a grande enchente de 1983 e, também, com a constatação de que a Ponte Manoel Ribas  estava com sérios problemas estruturais, o Governo do Estado, em tempo recorde, construiu a Ponte Domício Scaramella, que deveria atender São Cristóvão através da BR-476, ajudou o trânsito de veículos, mas muito pouco São Cristóvão, que nas cheias seguintes, principalmente a de 1992, continuava contanto apenas com o acesso anterior.

Não demorou muito, já com a ferrovia dando sinais na região da antiga Estrada de Ferro São Paulo/Paraná, Rede Viação Paraná Santa Catarina e, no final, Rede Ferroviária Federal SA, de que estava perdendo sua importância para o transporte de cargas e de passageiros, o ramal ferroviário União da Vitória até a região dos Campos Gerais do Paraná, começou a ser desativado, apesar da construção do Terminal de Calcário no bairro São Sebastião pelo Governo do Estado com a finalidade de atender à agricultura da região. E custou uma fortuna, com a estrutura usada agora para outros objetivos. E, também, a frustração, que custou caro, do Bisbus. Terminal de Calcário e Bisbus serão abordados nas próximas colunas.

A TRANSFORMAÇÃO DA PONTE FERROVIÁRIA EM RODOVIÁRIA

A manutenção da ponte na condição de ferroviária foi defendida por segmentos ligados à história, mas na gestão do prefeito Pedro Ivo Ilkiv, finalmente, foi autorizada pela agora extinta RFFSA sua transformação em rodoferroviária. Pela largura da ponte, apenas em sentido único, mas que acabou tornando mais fácil a vida dos moradores de São Cristóvão.

A NOVA E MODERNA PONTE ‘JOSÉ RICHA’

Com a construção da moderna Ponte José Richa no período de 2017 a 2020, já no século 21, a histórica Ponte Ferroviária Machado da Costa, transformada em rodoviária, agora é utilizada exclusivamente por ciclistas e pedestres.

Contudo, e é preciso ser coerente e objetivo: a nova ponte é realmente magnífica, pela sua modernidade e grandiosidade, mas não vai livrar São Cristóvão de possíveis enchentes.

Já a Ponte Machado da Costa, além de ser necessária, é um patrimônio histórico que deve ser preservado, mas pelo que se constata, não está tendo do poder público os cuidados necessários.

(MATÉRIA PUBLICADA EM 2022 NA COLUNA ‘UMA VISÃO NO PASSADO’ NO JORNAL ‘O COMÉRCIO).

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