Três ‘chapões’ em formação para o Governo de Santa Catarina

A formação de três chapões estaria em andamento, de acordo com informações que circulam nos bastidores políticos catarinenses. Depois de juras de amor feitas e desfeitas, de casamentos e desenlaces, a semana final do prazo das convenções reserva muitas conversas. O temor da inviabilidade dos projetos pulverizados faria com que novas conversas pudessem desaguar em apoio, mesmo com alguns egos feridos. É da arte política conversar projetando um bem comum – não necessariamente do cidadão. Conversar não arranca pedaço neste momento, até por que, se nada der certo, cada um dos partidos competitivos irá com chapa própria. Vamos às frentes, umas mais e outras menos oficializadas, mas todas discutidas com máximo sigilo e discrição.

PSDB + PSD + PP

Depois dos encaminhamentos praticamente certos entre PSD e PP, a postulação de candidatura do deputado federal Esperidião Amin (PP) ao governo gerou um abalo nas conversas com o deputado estadual Gelson Merisio (PSD), também candidato. Este abriu um canal de negociações com os tucanos, que lançaram o senador Paulo Bauer (PSDB) ao governo. Merisio, que nunca priorizou o PSDB, disse que aceitaria “zerar o jogo”, ou seja, buscar um tércius. Assim, estaria em curso uma conversa para recompor o grupo, com o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB), ao governo, Merisio de vice, e o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) ao Senado. A segunda vaga de senador estaria entre Amin e Bauer. A fritura, de um ou de outro, seria um fator que poderia inviabilizar as negociações. Hoje vice de Amin, o deputado federal João Paulo Kleinübing (DEM) poderia ficar com uma suplência de senador.

MDB + PPS + PR + PSL

A chapa desenhada pelo deputado federal Mauro Mariani (MDB) contempla, além dele na cabeça, a deputada federal Carmen Zanotto (PPS) como candidata a vice-governadora e o deputado federal Jorginho Mello (PR) postulando ao Senado. Há dois pleitos dentro do MDB pela segunda indicação de senador, o ex-governador Paulo Afonso Vieira e o deputado federal Valdir Colatto, ambos do MDB. Uma das formas de neutralizar essas pretensões seria atraindo um quarto partido. Frustradas as conversas com o PSDB, estariam abertas as negociações com o PSL, sigla do presidenciável Jair Bolsonaro, que tem em Santa Catarina a pré-candidatura ao Senado do vereador Lucas Esmeraldino, da cidade de Tubarão, no Sul. O PSL chegou a anunciar oficialmente que teria candidatura própria ao governo estadual e que apresentaria o nome no início do mês passado, fato que não ocorreu. 

PT + PDT + PCdoB + PSOL

A união já teria até nome, Frente Popular de Santa Catarina, e é um desejo acalentado pelo deputado federal Décio Lima (PT). O pré-candidato ao governo do Estado protocolou ontem, junto a lideranças de cada um desses partidos, um ofício propondo a aliança, deixando em aberto para os eventuais aliados as vagas em chapa majoritária de vice-governador e senador, além da composição na proporcional. O PDT e o PCdoB já realizaram convenções no primeiro fim de semana do prazo e homologaram apoio a Merisio, mas mantiveram as atas abertas. O PSOL, que tem a pré-candidatura ao governo de Leonel Camasão em coligação com o PCB, fará a convenção no domingo. Além de defender a viabilidade jurídica da negociação, Lima também sentiu boa receptividade das lideranças com quem conversou ontem, entre elas o histórico Manoel Dias (PDT), que será o candidato único da legenda à Câmara dos Deputados. (Altair Magagnin/A Notícia)

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