Um bom banho serve também como remédio para esquecer um dia difícil, sugere estudo
Aquela ideia de tomar um banho para diminuir o estresse e o cansaço de um dia difícil não é só crendice popular. Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, decidiram estudar quais os efeitos que uma boa chuveirada traz à saúde e descobriram que é melhor do que imaginávamos.
Os cientistas realizaram experimentos visuais e sensoriais em cerca 3.000 pessoas e concluíram que tomar banho não é higiênico só para o corpo, como para a mente também. A água tem efeito calmante sobre os indivíduos e reduz o estresse e a ansiedade.
Primeiro, 1.150 voluntários tiveram de passar por uma série de tarefas que começaram com assistir a um vídeo que mostrava uma mulher com muito medo, em pé na beira da plataforma antes de pular de bungee jump.
Depois, eles foram divididos em três grupos e incluíram gravações de como realizar corretamente algumas atividades, como lavar as mãos, descascar ovos ou desenhar um círculo.
Cada grupo assistiu a um desses três vídeos e os pesquisadores descobriram que as pessoas que assistiram imagens sobre lavar as mãos apresentavam níveis significativamente mais baixos de ansiedade.
Para verificar novamente a hipótese, os cientistas conduziram mais dois experimentos que envolveram mais de 1.500 pessoas. Os participantes tiveram de ver um vídeo que pretendia passar uma sensação de medo neles. Após a triagem, eles foram distribuídos aleatoriamente em três grupos.
Os voluntários do primeiro grupo tiveram de imaginar que seus braços, rosto, pescoço e cabelos foram enxaguados abundantemente com água. O segundo, que eles estavam tocando as partes do corpo acima mencionadas para senti-las. Apenas o terceiro grupo não recebeu nenhuma orientação.
O nível de ansiedade era significativamente menor nas pessoas que imaginavam lavar o corpo em comparação com os outros dois grupos.
De acordo com o professor da faculdade de psicologia da Universidade de Toronto e primeiro autor do estudo, Spike W. S Lee Dr. Lee, se tomar banho é bom fisicamente, também seria do ponto de vista psicológico. Essa seria uma forma de as pessoas se limparem daquilo que as atormenta.
“Quando nos envolvemos em um comportamento de limpeza, isso implica separar os resíduos do nosso corpo, como lavar a sujeira das mãos. Essa experiência física básica de separar resíduos de nosso corpo pode desencadear uma forma mais psicológica de separação, ou seja, separar a influência de experiências passadas do presente. É como limpar a lousa.”
O estudo foi publicado na revista Social Psychological and Personality Science. Os voluntários foram dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Por isso, os pesquisadores ressaltaram que o ensaio não inclui todas as populações do mundo, uma vez que se baseou em pessoas do Ocidente.
A sugestão do grupo de Spike Lee é que seria interessante estender a pesquisa a outras culturas para poder estabelecer uma observação mais inclusiva e mais global. (R7).