A DEMOCRACIA VAI REINAR SOBERANA
——–(*MOACIR PEREIRA)……..
O CLIMA DE MEDO E A AMEAÇA DE CENSURA ARRANHAM A REPUTAÇÃO DO TSE.
O episódio envolvendo o ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson mostra os perigosos rumos que se avizinham nesta reta final das eleições.
As ações extremadas de militantes e o posicionamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que tem dado provas de abuso de autoridade, em nada contribuem para apaziguar ânimos e caminharmos para um pleito no qual a democracia deveria reinar soberana.
O que se vê, infelizmente, é um acirrar de ânimos, uma disseminação de ódio e uma guerra declarada no âmbito digital, num cenário sem precedentes em outras campanhas.
Ataques pessoais, ameaças e cancelamentos fazem parte deste embate, numa divisão entre o bem e o mal, uma guerra santa em meio a processos dignos da Inquisição comandados por quem deveria zelar pelas regras eleitorais.
O clima de medo e a ameaça de censura arranham a reputação do TSE quando tenta impedir a liberdade de expressão e pensamento.
Profissionais da comunicação e veículos de imprensa estão proibidos de relatar fatos históricos recentes numa escalada de cerceamento da liberdade, contrariando o que prega a nossa Constituição.
A reação insana do Roberto Jefferson e suas declarações pelas redes sociais, que merecem o total repúdio da sociedade, revelam este clima de terror e perplexidade que toma conta dos brasileiros.
Ao proferir palavras de baixo calão e impropérios contra a ministra do STF, Cármen Lúcia, e se colocar como mártir da liberdade, o ex-parlamentar mostrou estar fora de sua razão, talvez precisando de tratamento psiquiátrico.
Jefferson cumpria prisão domiciliar por conta do inquérito das fake news. Ontem foi preso, em casa, a mando do ministro Alexandre de Morais, por suas declarações estapafúrdias.
Em tempos normais, a lei brasileira permitiria apenas que a ministra apresentasse um processo de difamação e de injúria. Não foi o que ocorreu.
O tresloucado ex-deputado agiu como marginal, um bandido, reagindo e ferindo os policiais, sem que estes tivessem o agredido.
O episódio está sendo politizado para responsabilizar os conservadores e até o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. Esta é mais uma narrativa fora do contexto.
O que vimos ontem foi apenas uma reação de um homem destemperado e doente. Um fato lamentável, mas que não coloca em risco o processo eleitoral.
As eleições estão próximas e terão um desfecho, a escolha do novo presidente da República. Cabe a cada eleitor ir às urnas consciente da importância do voto e da responsabilidade de fazer a sua melhor escolha.
Nada impedirá a vontade popular. A soberania das urnas deve triunfar e o resultado final respeitado por todos.
(* Moacir Pereira é jornalista e um dos mais respeitados analistas políticos, além de escritor e membro da Academia de Letras de Santa Catarina).