Linha tênue do Estado e da religião

——–( PAULO ROLLEMBERG)——–

Em uma semana com intensos ataques de lado a lado, uma onda de fake news e desinformação deu a tônica de quão ofensivos devem ser os dias prévios ao segundo turno da disputa pela Presidência da República.

Uma guerra nada santa – Foto: Pixabay/Divulgação/ND
Uma guerra nada santa – Foto: Pixabay/Divulgação/ND

Cada um à sua maneira, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) protagonizam uma guerra nada santa, que envolve debates sobre religiosidade, cristianismo, maçonaria, forças ocultas e satanismo.

O Estado é laico, a Constituição garante isso, mas os candidatos dependem do voto. Então percebam que as duas candidaturas estão perseguindo o mesmo público, porque esse eleitorado tem próprias demandas. Ele é capaz de alterar, inclusive, a agenda dos candidatos, porque é representativo e pode ser decisivo na eleição.

A luta, de um lado e de outro, é para conquistar um percentual significativo da população brasileira.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 2020, 50% dos brasileiros se denominam católicos; 31% são evangélicos. O voto evangélico é importante, mas não é decisivo. O percentual de católicos ainda é muito maior. O eleitor decisivo no Brasil é o eleitor pobre, de até dois salários mínimos.

O que vimos nesta quarta-feira (12) na praça da antiga basílica em Aparecida (SP) é resultado de uma linha tênue que separa o Estado da religião.

Lotada de fiéis, em celebração ao dia de Nossa Senhora Aparecida, o espaço abrigava eleitores bolsonaristas – muitos de camisa verde e amarela – e outros que questionavam a mistura de política à religião. No fim houve confusão e troca de hostilidades.

As igrejas são instituições de fundamental importância na constituição de uma sociedade e precisam ser valorizadas, pois além de serem espaços sagrados de celebração e relação com Deus, ajudam a promover a paz, a justiça e a fraternidade.

Deve-se sempre respeitar a liberdade do fiel em face à sua escolha, a liberdade tem que ser dos dois lados.

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