Gean Loureiro quer manutenção de estradas e redução da máquina pública e declara apoio a Bolsonaro
Na quinta entrevista da série com os candidatos ao governo de Santa Catarina, comandada pelo comentarista e articulista Paulo Alceu, no ND Notícias, na NDTV TV Record, o entrevistado de segunda-feira (26) foi o candidato Gean Loureiro (União Brasil).
O ex-prefeito de Florianópolis descartou pedágios nas rodovias estaduais e federais e anunciou que fará um plano emergencial de manutenção. Ele também falou sobre uso do Fundo Eleitoral, as polêmicas envolvendo o nome dele enquanto administrava a Capital e o apoio ao candidato a reeleição à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL).
Gean Loureiro afastou a possibilidade de instalação de pedágio nas estradas do Estado. Para o candidato, quando se tem que pedagiar uma estrada, demonstra-se a incapacidade e a incompetência do governo em poder fazer a manutenção e executar as obras.
“O problema do governo hoje não é mais falta de recurso. Falta de competência para executar as obras”, disse ele. “É um governo de muitos anúncios, muitas promessas e pouca realização”, criticou.
De acordo com Loureiro, caso seja eleito, no primeiro mês de governo fará um plano emergencial de manutenção das estradas. “Nós não vamos fazer operação tapa buraco. É a manutenção fazendo a fresagem, colocando nova capa asfáltica, boa sinalização. Como a gente fez em Florianópolis quando eu fui prefeito, garantindo uma boa manutenção das estradas”, afirmou.
FUNDO ELEITORAL
Gean Loureiro foi indagado por Paulo Alceu sobre o uso do Fundo Eleitoral, já que ele é o segundo candidato ao governo de Santa Catarina que mais está usando o Fundão. O ex-prefeito mostrou ser favorável, no entanto reforçou ter posicionamento contrário ao financiamento da iniciativa privada na campanha eleitoral.
“Eu quero dizer que o que eu não concordo é quando tem o financiamento da iniciativa privada, e a empresa A, B e C financia o candidato que entra no governo e tem compromisso com aquela empresa. Quando ele é financiado por uma empresa, ele chega lá e vai atender os interesses dela. O Fundo Eleitoral é uma boa alternativa ao financiamento público”, pontuou.
OPERRAÇÃO CHABU
O candidato não se recusou a responder sobre as denúncias relativas à Operação Chabu ocorrida em junho de 2019 quando Gean Loureiro era prefeito de Florianópolis.
“Fui um dos poucos prefeitos ou talvez o único que passou pela prefeitura que não tem nenhum processo contra mim. O que houve na Operação Chabu foi uma acusação infundada que tinha uma sala secreta na prefeitura e de tão secreta que era nem a Polícia Federal encontrou”, contrapôs.
Segundo Gean, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal), lhe deu o “passaporte” da honestidade, já que nem deixou abrir o processo contra ele. “Era uma operação que não envolvia corrupção, que não envolvia desvio de dinheiro público, uma acusação de sala secreta e de vazamento, sigilo de informação que eu nunca participei e tudo isso foi comprovado”.
Sobre o caso de improbidade administrativa ao manter relação sexual com uma ex-servidora comissionada na secretaria Municipal de Turismo, Loureiro disse que o ocorrido “foi uma grande armação feita contra” ele.
De acordo com o candidato, a situação foi resolvida ao pedir perdão à mulher e às filhas e deixou muito claro o que aconteceu.
“Uma câmera escondida expondo uma intimidade para prejudicar uma campanha. Olha o cúmulo que eles chegam numa eleição. Fizeram isso para usar no período eleitoral. Faltando uma semana para a campanha, mas o eleitor não caiu, o eleitor não aceita mais essa situação”, respondeu.
Paulo Alceu então indagou Gean Loureiro se o eleitor de Santa Catarina terá o mesmo comportamento dos florianopolitanos, e o candidato respondeu:
“Já vem demonstrando. A nossa candidatura é a que mais cresce entre todas as candidaturas. Vencemos um desconhecimento inicial, porque dos cinco principais candidatos eu sou o único que não tinha disputado uma eleição majoritária no Estado. Percorremos todas as regiões de Santa Catarina, conhecemos as demandas, apresentamos um ótimo plano de governo e o programa eleitoral permitiu chegar a todos os locais superando tudo isso”.
REDUÇÃO DA MÁQUINA PÚBLICA
Questionado sobre o enxugamento de secretarias e órgãos estaduais, Gean Loureiro disse que não tem compromisso com nenhum partido político e já mostrou trabalho quando esteve na Prefeitura da Capital.
“A população já me conhece do meu trabalho na prefeitura. Quando eu assumi, nós tínhamos 35 secretarias e órgãos. Reduzimos para 16. Tínhamos 700 cargos comissionados. Hoje é em torno de 350. Eu não tenho compromisso nenhum com o União Brasil nem com o PSD. O nosso compromisso é de resultados”, salientou.
APOIO A BOLSONARO
Em relação a não apoiar a candidata à Presidência da República do seu partido, Soraya Thronicke, Gean Loureiro disse que essa decisão foi definida pelo partido, que liberou os candidatos nos Estados a fazer opção. No caso de Loureiro, o rumo foi para Jair Bolsonaro.
“Eu já votei no presidente Bolsonaro, vou votar no presidente Bolsonaro, faço campanha para ele, mas não coloco a bandeira do Bolsonaro no meu rosto tampando quem eu sou. Tem muita gente fazendo isso. Bota bandeira, vota só no meu número e não interessa quem for. Nós já erramos isso. E logo que começou o governo, ele traiu o Bolsonaro, governador Moisés posicionou-se contra ele e fechou as portas para Santa Catarina”, afirmou.
“Eu vou apoiar o presidente Bolsonaro, mas estou aqui apresentando as minhas propostas mostrando o que eu posso fazer trazendo a minha experiência administrativa e mostrando que, verdadeiramente, eu quero que você vote em mim, não porque eu voto em Bolsonaro, mas porque eu posso ser o melhor governador pra Santa Catarina”.