Senador do Paraná diz que pacote do governo ‘é mais um estelionato eleitoral’
Contra a proposta do presidente Jair Bolsonaro, de zerar a alíquota do ICMS dos estados para tentar controlar as frequentes altas nos preços dos combustíveis, o senador paranaense, Oriovisto Guimarães (Podemos/PR), foi taxativo: “Trata-se de estelionato eleitoral anunciado”.
Na avaliação do senador, para baixar o preço dos combustíveis até o último dia deste ano (31 de dezembro de 2022), o Governo Federal “contabilizará uma dívida de R$ 50 bilhões ou vendemos a Eletrobras e torramos todo seu valor em 6 meses para deixar os combustíveis (artificialmente) mais barato.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os R$ 50 bilhões necessários para compensarem os estados que baixarem para zero o ICMS dos combustíveis viria da receita da venda da Eletrobras. Para Guimarães, se o dinheiro não vier desta venda, então, necessariamente, será do aumento da dívida interna.
Segundo o senador, “tudo ocorre como se estivéssemos criando um fundão eleitoral de R$ 50 bilhões (e não de R$ 5 bilhões), exclusivamente para garantir à reeleição de Bolsonaro e dos parlamentares do Centrão que lhe dão apoio”.
As perguntas que não querem calar, questiona Oriovisto Guimarães: “O que será do Brasil e dos brasileiros a partir de primeiro de janeiro de 2023? Quanto passará a custar o litro do combustível? Quanto custará o gás de cozinha?”.
O senador paranaense afirma que este pacote é irresponsável e servirá apenas como fins eleitoreiros, para reeleger o presidente Bolsonaro e a bancada do Centrão. “Não pensam no descrédito da política fiscal que irá às alturas, novamente, que o teto de gasto será violado, o valor do dólar subirá e teremos fuga de investimentos”.
“A esperança de todos que querem este estelionato eleitoral é a de que os eleitores sejam ingênuos o suficiente para pensar que os benefícios da festa eleitoral serão para sempre e que a ressaca que virá a partir de 1 de janeiro de 2023 simplesmente não existirá. Quem viver verá”, observa o senador. (Pedro Ribeiro-Paranatotal).