Depois de mais de 11 meses preso em Caçador, prefeito de Bela Vista do Toldo renuncia
Preso há quase um ano, Adelmo Alberti (UB) renunciou ao cargo de prefeito de Bela Vista do Toldo na segunda-feira (30), por meio de uma carta de renúncia enviada à Câmara de Vereadores da cidade do Planalto Norte de Santa Catarina.
Com a renúncia, o então vice-prefeito Alfredo César Dreher (Podemos), que já atuava como prefeito interino desde a prisão, passa a ser prefeito de direito, com mandato que segue até dezembro de 2024.
Alberti foi preso em julho de 2021, na operação Et Pater Filium, que já prendeu também o ex-prefeito de Major Vieira, Orildo Antônio Severgnini, e o prefeito e vice de Canoinhas, Beto Passos e Renato Pike, por crimes contra a administração pública.
FLAGRADO COM DINHEIRO NA CUECA
Uma denúncia do Ministério Público trata do uso de 12 empresas suspeitas de serem do próprio Alberti, mas comandadas por laranjas para vencer processos licitatórios em Bela Vista do Toldo e em outras cidades da região, com valores que chegam a R$ 6,5 milhões.
Depois que um servidor de Major Vieira prestou depoimento, o MP chegou a um dos acusados de ser laranja do prefeito de Bela Vista do Toldo e um empresário topou a delação premiada.
Ele arrumou um pacote com R$ 10 mil e encontrou Alberti para entregar a quantia, deixando evidente que se tratava de propina, já que do contrato de R$ 19 mil com a prefeitura, R$ 10 mil iriam para o prefeito. Um vídeo flagrou Alberti aceitando o dinheiro e colocando o envelope com as cédulas dentro da cueca.
A esposa de Alberti, Maria Emília Schiessl Alberti, também chegou a ser presa, mas teve a prisão preventiva revogada após um pedido de habeas corpus. O processo contra ela foi arquivado.
O próprio Alberti também entrou com pedido de habeas corpus, mas teve o pedido negado e continua detido no presídio de Caçador. (ND+).
