MPSP pede a Polícia Federal que investigue domicílio eleitoral de Sérgio Moro
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu que a Polícia Federal investigue se o ex-juiz Sergio Moro e a mulher dele, a advogada Rosângela Moro, cometeram fraude ao transferirem o domicílio eleitoral de Curitiba para a capital paulista, conforme as informações do Correio Brasiliense.
O promotor Reynaldo Mapelli Júnior disse que as primeiras explicações enviadas pelo casal “não convencem” e que é preciso aprofundar a investigação.
Por lei, a mudança de domicílio eleitoral demanda comprovação de que o novo endereço venha sendo usado há pelo menos três meses. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também já decidiu que a alteração exige “vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares”.
Ao justificar a transferência, a defesa do ex-juiz disse que São Paulo virou seu “hub” para voos. Moro também afirmou que, desde dezembro, um hotel na capital paulista passou a ser “sua residência primária e base política”. Ao mudar o cadastro na Justiça Eleitoral, porém, usou um contrato de locação assinado dois dias antes da alteração.
Para justificar o vínculo com a capital paulista, Moro informou ao MP que recebeu honrarias no estado e que trabalhou para a consultoria americana Alvarez & Marsal. Já Rosângela afirmou que, desde 2016, presta serviços para uma associação de pessoas com doenças raras sediada em São Paulo. (CB).
O pedido para investigar o casal foi feito pela empresária Roberta Luchsinger, filiada ao PSB, no mês passado. Recém-filiados ao União Brasil, Moro e Rosângela são paranaenses. Os dois transferiram os domicílios eleitorais com a intenção de lançarem candidaturas ao Legislativo.
O advogado Gustavo Guedes, que representa o ex-juiz, afirmou que “Sergio e Rosangela Moro cumpriram rigorosamente todas as exigências da legislação eleitoral ao solicitarem a mudança de domicílio eleitoral”. “Moro e sua esposa estão à disposição da Polícia Federal para prestar todos os esclarecimentos necessários, confiantes de que a lei vale para todos e deverá prevalecer”, acrescentou.