Binacional Itaipu (inaugurada em maio de 1984) completa 38 anos de operação
Iniciativas como a atualização tecnológica da usina e a gestão de ativos têm como objetivo garantir produção energética de qualidade no longo prazo.
Nesta quinta-feira (5), a hidrelétrica de Itaipu completa 38 anos de operação. Desde o dia 5 de maio de 1984, quando a primeira unidade geradora começou a produzir, a usina binacional já gerou mais de 2,85 bilhões de megawatts-hora (MWh), energia suficiente para atender ao Brasil por cinco anos ou ao Paraguai por 164 anos.
Apesar de a produção ter sido prejudicada pela seca nos últimos três anos, Itaipu segue sendo fundamental para a segurança energética de ambos os países. Em 2021, quando a produção anual atingiu 66 milhões de MWh, respondeu por aproximadamente 8% do suprimento de eletricidade ao mercado brasileiro e 86% do consumo paraguaio.
Se por um lado essa baixa afluência afetou a geração de energia, por outro lado teve seu impacto minimizado pelo aprimoramento contínuo dos processos de operação e manutenção da usina, o que permitiu otimizar a produção de modo a aproveitar ao máximo a água disponível. Neste ano, a produtividade média é de 1,1076 MWméd/m³/s, a maior já registrada para esse período na história da usina.
Além disso, em um contexto em que o mundo discute como promover a transição energética (a substituição de fontes de energia poluentes por limpas), a Itaipu contribui para que tanto o Brasil como o Paraguai figurem entre os países com matriz elétrica mais sustentável no mundo.
No caso brasileiro, a hidroeletricidade é a principal fonte e respondeu em 2021 por 63% da geração de energia elétrica. E a energia de Itaipu participou com 13% da fonte hidro no País. Dessa forma, a usina brasileiro-paraguaia contribui diretamente com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (Energia acessível e limpa), especialmente a meta 7.2, em que o compromisso do Brasil é manter elevada a participação de energias renováveis na matriz nacional.
Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Anatalicio Risden Junior, a Itaipu é uma referência sob muitos pontos de vista, mas principalmente por se tratar de um projeto bem-sucedido de parceria entre dois países, com reflexos positivos para a qualidade de vida e prosperidade de suas populações. “E para seguir produzindo eletricidade em quantidade e qualidade para atender às demandas do Brasil e do Paraguai, a Itaipu acaba de dar início à atualização tecnológica da usina”, destacou o diretor.
Lançada no último dia 29 de abril, no Edifício da Produção, com a presença de diretores e conselheiros, a atualização receberá investimentos de US$ 649 milhões ao longo dos próximos 14 anos. O projeto, o mais complexo e de maior custo desde a construção da usina, prevê a substituição dos sistemas de controle e proteção das 20 unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem, de toda a fiação de força e controle desses dispositivos, além do sistema de medição e faturamento da usina. Equipamentos eletromecânicos, como turbinas e geradores, que têm uma vida longa maior, não serão substituídos.
Esse cuidado com os equipamentos é outro fator presente desde o início da operação da usina e que reflete na produção energética de qualidade. Para isso, os ativos devem possuir alta confiabilidade e disponibilidade. A gestão de ativos teve início já no início da década de 1980, quando foi implantado o Sistema de Operação e Manutenção (SOM). Essa plataforma reúne dados, funções e processos de operação e manutenção que permitem à Itaipu produzir com alta performance e eficiência.
Além disso, o sistema está sempre evoluindo, fruto da proatividade das equipes binacionais e da cultura de melhoria contínua. Um dos indicadores de sucesso está nos índices de disponibilidade das unidades geradoras (superior a 97% em 2021) e de indisponibilidade forçada, ou seja, quando há paradas não previstas (inferior a 0,22% nos últimos 8 anos), que demonstram a maturidade e a solidez da gestão da operação e da manutenção da Itaipu.
Segurança de barragem
Os cuidados com a usina também se refletem nas ações de segurança de barragem. Ao todo, são mais de 3 mil instrumentos de medição e de 5 mil drenos que permitem a verificação imediata do comportamento das estruturas. Neste ano, os técnicos da empresa estão concluindo a Revisão Periódica de Segurança de Barragens, com o objetivo de manter atualizados os controles internos.
Em novembro, ocorrerá a 23ª reunião do Board Internacional de Consultores Civis, que acontece a cada quatro anos e tem o objetivo verificar o desempenho das estruturas civis por meio da avaliação feita por uma junta internacional de consultores com vasta experiência em projeto, execução e monitoramento de barragens. Além da durabilidade das estruturas e da produção de energia no longo prazo, são ações que garantem a segurança das comunidades do entorno, principalmente a jusante da barragem.
Para o diretor técnico executivo de Itaipu, David Rodrigues Krug, “esse resultado é fruto de um trabalho integrado entre as equipes binacionais, com planejamento adequado das ações de modo a disponibilizar os diversos recursos necessários para garantir a eficiência da produção e da gestão dos ativos da usina. Tudo isso contribui para a confiança que as sociedades brasileira e paraguaia depositam na binacional, bem como para o reconhecimento internacional que Itaipu possui nos mais diversos aspectos”, conclui.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,8 bilhões de MWh. Em 2021, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 8,4% de toda a energia consumida pelo Brasil e 85,5% do Paraguai. (Com informações do jornal Impacto).