Amin sinaliza que pretende ser protagonista nas eleições em Santa Catarina
—- Cláudio Prisco Paraíso—-
A Semana Santa é curta do ponto de vista dos dias úteis, o que não deve, contudo, arrefecer os ânimos dos políticos e das articulações com vistas ao pleito de outubro em Santa Catarina.
Pelo contrário, as conversas vão ganhando efervescência e ritmo. No fim de semana que passou, o senador Esperidião Amin sinalizou claramente disposição de entrar com tudo na corrida eleitoral. Até então, ele estava mantendo certa e prudente distância das negociações, evitando declarações e fotos com teor eleitoral.
Sua postura mudou. Adotou de candidato e conversas de candidato. O progressista está em fina sintonia com o ex-governador Raimundo Colombo, do PSD.
Os dois líderes praticaram gesto em relação ao prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) . O deixaram à vontade para construir uma chapa viável, que foi sonhada com Clésio Salvaro (PSDB) de vice e Luciano Hang, pelo PP, ao Senado.
Se assim tivesse ocorrido, Amin e Colombo estariam fechados com o projeto. Como a construção não se concretizou, os dois estão na pista.
Parabéns
Amin ainda praticou outro gesto. Foi a Chapecó prestigiar a festa de aniversário de João Rodrigues no mês passado.
Crédito político
Avalia-se que a partir destas movimentações, não haveria condições políticas para o alcaide chapecoense se opor à aproximação de Amin e Colombo.
Dois palanques
A jogada é a seguinte: Jair Bolsonaro deseja ter mais uma candidatura ao governo em Santa Catarina. Como Rodrigues ficou pelo caminho e como o atual inquilino do Planalto não quer aproximação com Moisés – e pelo visto não coloca fé na candidatura de Antídio Lunelli pelo MDB -, Esperidião Amin seria uma alternativa justamente para fortalecer as pretensões no território catarinense. O outro bolsonarista no páreo é o senador Jorginho Mello.
Tríplice aliança
As projeções indicam que o senador pretende concorrer novamente ao governo. A deputada tucana Geovania de Sá, que vem da mesma cidade e do mesmo partido de Clésio Salvaro, poderia compor de vice. Se ela não topar, o nome do PSDB seria o de Leonel Pavan.
Raimundo Colombo disputaria o Senado. O diapasão partidário destas articulações é exatamente o mesmo do pretendido pelo prefeito de Chapecó. Reuniria o PP, o PSD e o PSDB.
Experiência
Caso Leonel Pavan seja candidato, teríamos uma chapa de três ex-governadores e ex-senadores.
Peso eleitoral
Ainda há muita água para rolar, mas esta hipotética tríplice aliança mudaria totalmente a configuração sucessória no Estado. Obrigaria Gean Loureiro, Antídio Luneli, Moisés da Silva e Jorginho Mello a buscarem uma aproximação.
Noiva
O MDB tem sido cobiçado como vice dos demais. Resta saber se Antídio Lunelli, Celso Maldaner e o partido vão topar. Moisés da Silva já fez o convite ao ex-prefeito de Jaraguá do Sul lá atrás. Jorginho Mello tem como primeira suplente Ivete Appel da Silveira, viúva de Luiz Henrique da Silveira. Se virar governador, ele ganha um mandato de quatro anos na Câmara Alta.
União Brasil
Gean Loureiro também tem conversado com Antídio Lunelli. O ex-prefeito da Capital não faz exigências antecipadas de posição numa chapa. Acredita que quem tiver maior viabilidade eleitoral em fins de julho deve encabeçar uma possível aliança.