Prefeito João Rodrigues corre contra o tempo para viabilizar projeto estadual
—- Cláudio Prisco Paraíso —–
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, continua se movimentando em busca de uma coligação capaz de lhe dar alicerce para justificar a renúncia no prazo limite de 2 de abril. Trata-se de uma empreitada das mais difíceis. O pessedista tem menos de uma semana pela frente.
Isso porque ficou acertado que no próximo dia 30, ele e o ex-governador Raimundo Colombo voltam a sentar para avaliar o quadro pré-eleitoral. Colombo praticou o gesto, saindo do processo e dando liberdade para que o prefeito oestino costure uma aliança.
Rodrigues já percebeu, no entanto, sobretudo depois da conversa que teve com Gean Loureiro, que terá que fazer uma aposta se realmente quiser entrar no jogo majoritário. Gean mostrou-se aberto ao entendimento, tem proximidade histórica com o PSD, aliás, o encontro foi no gabinete do deputado Julio Garcia, liderança que tem feito a ponte entre seu grupo e o ainda prefeito da Capital.
Elo
Julio Garcia tem apostado em Gean Loureiro. Mais recentemente surgiu a possibilidade de João Rodrigues entrar no circuito. Garcia é próximo dos dois. Durante a conversa, Gean disse claramente que topa ser vice. Desde que haja critérios cristalinos para a escolha do candidato que apresentar maior viabilidade eleitoral.
Pesquisa
Só que não há tempo hábil, exequível para uma pesquisa que possa balizar essa definição até 2 de abril. Desta data até o prazo fatal das convenções homologatórias, 5 de agosto, são mais de quatro meses.
Tradição
Até os pombos da Praça XV sabem que normalmente é na undécima hora que as conversas se afunilam e o quadro eleitoral se define.
No escuro
Sob esta ótica, João Rodrigues tem que bancar a renúncia sem saber exatamente como será sua participação. Essa que é a realidade. É o que fará Gean Loureiro. Deixa a prefeitura no dia 31 deste mês.
Projeto
Ocorre que o prefeito da Capital, quando pinçou o empresário Topázio Neto para ser vice, já projetou e se comprometeu a renunciar em favor do seu vice.
Entraves
A situação de João Rodrigues é diferente. Ele passou por situações muito difíceis recentemente e conseguiu mais um voto de confiança do eleitorado de Chapecó, que lhe concedeu o terceiro mandato.
Difícil explicar
Na ocasião anterior, Rodrigues renunciou no início do segundo mandato. Como fazer isso agora, ainda mais depois das circunstâncias enfrentadas?
Tacada
É improvável a renúncia dele. E tudo leva a crer que Raimundo Colombo voltará mais forte, sem que o grupo de Julio Garcia tenha condições de questioná-lo internamente.
Sobraram dois
Dos prefeitos que estavam mapeados para renunciar, somente dois devem efetivamente concretizar o ato. Além de João Rodrigues, que dificilmente renunciará, temos Clésio Salvaro, de Criciúma, assim como Joares Ponticelli, que devem refluir e seguir no comando do executivo. O mesmo raciocínio serve para Fabrício Oliveira, de Balneário Camboriú.
Apenas Gean Loureiro e Antídio Lunelli de Jaraguá do Sul, devem seguir na caminhada. O jaraguaense deixará a prefeitura no dia 2 de abril.
Avançando
Antídio Lunelli, aliás, já está escolhido pré-candidato ao governo. Se ele será confirmado como candidato ou não, a convenção do MDB é que dirá. Pode haver concorrência interna ou entendimento com outro postulante, como Moisés da Silva, muito embora Antídio venha demonstrando que seu projeto é de cabeça de chapa desde o início das articulações.