Governo de Santa Catarina vai investir mais R$ 330 milhões em projetos para aumentar a produção de alimentos

Em um ano marcado pela estiagem e a alta no preço dos insumos, o Governo do Estado ampliou em 146% os investimentos para fortalecer o setor produtivo em Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR) encerra 2021 com mais de R$ 330 milhões aplicados em programas e projetos voltados para aumentar a competitividade das famílias rurais e pesqueiras. O balanço anual de ações foi apresentado nesta quinta-feira, 16, pelo governador Carlos Moisés e pelo secretário Altair Silva para lideranças do agronegócio e representantes da imprensa estadual durante um almoço em Florianópolis.

“Sabemos que o agronegócio é muito forte em Santa Catarina e o Governo do Estado caminha lado a lado dos produtores. Por tudo isso, somos parceiros e temos programas muito importantes tanto para viabilizar o crédito rural quanto para incentivar a preservação do solo e de nascentes.Temos no agronegócio grandes produtores e que fazem do nosso estado um celeiro para o país e para o mundo”, destaca o governador.

A estiagem foi uma das maiores preocupações dos produtores rurais catarinenses em 2021. A falta de chuvas deixou estragos nas lavouras de milho e elevou os custos de produção para os suinocultores, avicultores e produtores de leite. Para minimizar os impactos, a SAR reformulou as linhas de crédito disponíveis e contou com um aporte de R$ 100 milhões do Governo do Estado, dos quais R$ 75,9 milhões foram para o Programa Prosolo e Água SC, que incentiva os investimentos em captação, armazenagem e distribuição de água. Ao longo do ano, mais de 2,4 mil produtores foram atendidos com essa ação.

“A Secretaria da Agricultura investiu em vários projetos, revisamos todos os programas e fizemos avanços importantes. O resultado de todo esse trabalho desenvolvido em equipe, principalmente com o apoio das nossas empresas vinculadas (Epagri, Cidasc e Ceasa) e do setor produtivo, é um fato extraordinário: aplicamos mais de R$ 300 milhões para fortalecer o agronegócio catarinense. Encerramos 2021 muito confiantes e certos de que vencemos grandes desafios, como a cigarrinha do milho e a estiagem”, ressalta o secretário Altair Silva.

O setor pesqueiro também recebeu recursos históricos. O SC Mais Pesca viabilizará investimentos de R$ 28 milhões para a execução de 42 projetos de implantação ou reforma de infraestruturas de apoio à pesca artesanal em 29 municípios. A expectativa é beneficiar quase 25 mil famílias de pescadores, que abrangem mais de 330 comunidades pesqueiras.

Fomento Agropecuário

A SAR destinou R$ 158,9 milhões para programas de fomento agropecuário, melhoria do processo produtivo e apoio aos agricultores e pescadores.

Com o programa Terra Boa, foram mais de 64,6 mil produtores rurais beneficiados e R$ 50,7 milhões em investimentos para apoiar a aquisição de sementes de milho, calcário, kit forrageira, kit apicultura e kit solo saudável. Este ano o programa contou ainda com uma nova linha de ação: o incentivo ao plantio de cereais de inverno destinados à ração animal. Conforme o secretário Altair Silva, o Governo do Estado está incentivando uma nova cultura no meio rural catarinense, de ocupar as lavouras também no inverno.

Além do Terra Boa e do Prosolo e Água, o Fomento Agropecuário possui linhas de financiamento sem juros para produtores rurais e pescadores; subvenção aos juros de financiamentos contratados com os agentes bancários e apoio a jovens e mulheres do meio rural e pesqueiro.

Indenização de produtores rurais

Referência internacional no cuidado com a saúde animal, em 2021 Santa Catarina intensificou os esforços para erradicar a brucelose e a tuberculose bovina. Este ano, o Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa) investiu R$ 15,6 milhões na indenização de produtores rurais pelo abate sanitário de animais doentes – maior soma desde a sua criação em 2004 – possibilitando a continuidade da produção de carne e de leite, além de preservar a saúde pública. Foram mais de 800 famílias rurais beneficiadas pelo Fundesa em todo o estado.

Terra Legal

A SAR iniciou uma força-tarefa para regularizar imóveis rurais de agricultores e assentados da reforma agrária em Santa Catarina. Em 2021, o Governo do Estado investiu R$ 11,4 milhões no Programa Terra Legal e mais de 42 mil famílias catarinenses receberam a documentação necessária para legalizar suas propriedades.

Equipamentos Agrícolas


Foto: Peterson Paul / Secom

Com o apoio dos deputados estaduais e federais, o Governo do Estado destinou R$ 122,2 milhões para a aquisição de 1.100 equipamentos agrícolas que foram cedidos para os municípios. Entre os equipamentos comprados estão distribuidores de água, carreta agrícola basculante, balança bovina, perfurador de solo, grade aradora, ensiladeira, roçadeira hidráulica e plantadeira.

Internet no meio rural

Um sonho antigo dos produtores rurais catarinenses começa a se tornar realidade. O Governo do Estado iniciou o repasse de recursos para levar internet de qualidade ao meio rural de Santa Catarina, a intenção é investir R$ 50 milhões no projeto de conectividade e cobrir boa parte dos municípios com estrutura de fibra óptica.

Para expandir o programa, a Secretaria da Agricultura encaminhou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa que reduz os custos da instalação de internet fibra óptica no interior. Após a instalação da estrutura de internet nas estradas rurais, os agricultores contarão com o apoio da Secretaria para fazer a conexão com suas propriedades.

Expectativas para 2022


Foto: Jeferson Baldo / Arquivo / Secom

“Estamos convictos de que 2022 será mais um ótimo ano para o agronegócio catarinense. Teremos aumento na produção de cereais de inverno e a expectativa da safra de milho voltando aos patamares anteriores, sem o ataque da cigarrinha. O mercado internacional está comprando muita proteína animal produzida em Santa Catarina e reforçamos nossos investimentos para manter a saúde de nossos rebanhos. Estamos construindo um ano vitorioso para todos nós”, afirma Altair Silva.

Entre os desafios para o próximo ano, o secretário cita aumentar a competitividade da cadeia produtiva do leite, que sofre com a queda no consumo e elevação nos custos de produção. A intenção do Governo do Estado é preparar o setor para exportar boa parte de sua produção e não depender exclusivamente do mercado interno. (Secom).

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