Ministro da Infraestrutura minimiza greve dos caminhoneiros

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, não procurou os caminhoneiros que ameaçam fazer uma greve a partir de 2ª feira (26.jul.2021). Em nota, a pasta afirmou que a entidade que está à frente do movimento não representa o setor de transporte rodoviário de cargas autônomo.

A possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros foi levantada pelo Cntrc (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas). A entidade tentou fazer uma paralisação em fevereiro, sem sucesso, mas convocou um novo ato para 2ª feira (26.jul). O movimento não conta com o apoio de toda a categoria, mas tem recebido adesão de grupos que inicialmente eram contrários ao movimento, como mostrou o Poder360.

O diretor-presidente do Cntrc, Plínio Dias, disse que os caminhoneiros já entregaram suas reivindicações ao governo, mas não tiveram resposta e “não aguentam mais” os altos preços dos combustíveis. Segundo ele, a última reunião foi com o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, em junho, poucos dias antes de a estatal anunciar um novo aumento do diesel.

Já com o ministro Tarcísio de Freitas, Dias disse que não fala desde setembro de 2020. “O governo não nos chamou para conversar e não reconhece as pessoas que estão na liderança dos caminhoneiros. O ministro Tarcísio ignora pessoas que fazem parte da categoria e conversa com apenas um grupo dos caminhoneiros”, afirmou o diretor-presidente do Cntrc.

O caminhoneiro diz, no entanto, que está aberto ao diálogo com o governo. “O ministro deveria sentar e conversar com a gente. Ninguém quer guerra com ele. A pauta não é politicagem, é o transporte. Se tivéssemos uma boa conversa, não iríamos parar o país, mas o ministro não quer falar, não reconhece a entidade”, disse.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura disse que “o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) não é entidade de classe representativa para falar em nome do setor do transporte rodoviário de cargas autônomo e que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes”.

A pasta chefiada pelo ministro Tarcísio de Freitas afirmou que é importante “entender o caráter difuso e fragmentado de representatividade do setor, seja regionalmente, seja pelo tipo de carga transportada”“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”, afirmou.

DIVISÃO

A greve convocada pelo Cntrc tem apoio da Antb (Associação Nacional de Transporte no Brasil), de caminhoneiros autônomos e de regiões como a Baixada Santista e Goiás. O Movimento GBN (Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro), que era da base do governo de Jair Bolsonaro e não apoiou a greve em fevereiro, disse que também vai aderir, para pedir a constitucionalidade do piso mínimo do frete.

O movimento, no entanto, ainda enfrenta resistência.  A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), por exemplo, é contra. A Cnta (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), uma das entidades que mantém contato com o ministro Tarcísio de Freitas, também minimizou o movimento.

“A prerrogativa e legalidade de se realizar uma paralisação é um direito do caminhoneiro e formalizada através de assembleia nos sindicatos. Até o presente momento não temos conhecimento de tal iniciativa por parte de sindicatos ligados ao sistema da nossa Confederação”, afirmou a Cnta, em nota. (PODER360).

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