Prefeitura de Canoinhas tinha vários contratos com empresa denunciada na Operação ‘Pater Filium’
A empresa Joziel Dembinski Transportes, do empresário homônimo preso na operação Et Pater Filium na semana passada, tinha pelo menos nove contratos assinados neste ano com a Prefeitura de Canoinhas. Outros 13 foram assinados no ano passado.
O caso veio à tona na sessão desta segunda, 12, da Câmara de Vereadores de Canoinhas quando os vereadores de oposição apresentaram requerimento questionando a forma de cobrança dos contratos. A Joziel Dembinski Transportes assinou cinco contratos somente neste ano que somam quase R$ 500 mil para transportar pedras britas para o Município. O pagamento, conforme discriminam os contratos, ocorreria por quilômetro rodado. Os documentos somam 1 milhão de quilômetros rodados com caminhões carregados de brita. Segundo a vereadora Juliana Maciel (PSDB) seria possível fazer três viagens da Terra à Lua para se alcançar essa distância. Canoinhas tem 2,5 mil quilômetros de estradas. “O mais grave é que o proprietário dessa empresa está sendo investigado pelo Gaeco e está preso”, ressaltou a vereadora. “A gente precisa saber como é que isso é feito, porque é muito quilômetro, é muito caminhão rodando. E como é que estão essas estradas de chão do Município? Será que tudo está bem certinho, com pedras britas. É preocupante, inclusive porque o motivo da prisão desse empresário é fraude. Isso nos deixa indignados e espero profundamente que venham essas respostas”, seguiu a vereadora. Tatiane Carvalho (MDB), Marcos Homer (Podemos) e Zenilda Lemos (MDB) endossaram as palavras da colega.
CONTRAPONTO
Osmar Oleskovicz (PSD) apoiou o requerimento e pediu que a análise seja feita depois que o Executivo responda o requerimento. “Não vamos fazer pré-julgamentos”, ponderou.
Mauricio Zimermann (PL) disse que pode haver um “mal entendimento” do cálculo feito pelas vereadoras. Ele achou pouco valor de R$ 0,55 centavos por quilômetro rodado em relação ao custo do diesel, o que, para ele, é indício de que o cálculo possa estar errado. “Vamos questionar”, ressaltou.
Wilmar Sudoski (PSD) defendeu que o contrato seja esquadrinhado com maior cuidado. “Não vamos pré-julgar. Acredito muito no Município de Canoinhas, que não tem histórico de falcatruas. Daqui a pouco uma manchete de 1 milhão de quilômetros não é 1 milhão, daí vão ter de corrigir”, opinou. Ele disse achar que cada metro cúbico corresponde a 10 quilômetros rodados.
Gil Baiano (PL) também colocou em xeque o cálculo feito pelos vereadores de oposição.
Juliana destacou que todos os contratos falam em pagamento por quilômetro rodado. Ela destacou a necessidade de que quem faz essa fiscalização esclareça a forma como é feita a cobrança. “Torço para que nada de errado tenha com o nosso Município”, frisou.
O requerimento questiona se os contratos com Joziel seguirão em vigor, se o Município vai romper com a empresa e se há uma alternativa para se dar sequência ao trabalho. (Do Portal Jmais).