Especialista de Santa Catarina fala da necessidade da 3ª dose da vacina contra a Covid-19
A possibilidade de aplicação da terceira dose de vacina contra a Covid-19 para as pessoas que receberam o imunizante Coronavac, produzido pelo Instituto Butatan, voltou a ser debatido após o governo do Chile afirmar, na última terça-feira (22), que estuda o assunto. Por conta disso, o ND+ conversou com especialistas para explicar se esta nova dose é necessário.
Conforme o R7, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que especialistas de saúde estão avaliando a possibilidade do reforço, enquanto inicia a imunização de adolescentes no país.
Porém, o médico infectologista Martoni Moura e Silva explicou que, com o tempo, o imunizante fabricado pelo Butantan apresentou eficácia considerável.
“No início, mesmo com a taxa geral baixa, foi o suficiente para ser aprovada. Depois, se viu que a Coronavac é excelente para os casos não agravarem e precisar de internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Além disso, é eficaz até mesmo para as variantes. O recomendado é sempre tomar o imunizante que está disponível”, explica o infectologista.
ESTUDO MOSTRA MAIOR EFICÁCIA DA CORONAVAC
Conforme um artigo científico escrito por cientistas do Instituto Butantan, a eficácia da Coronavac para casos sintomáticos atingiu 50,7% com 14 dias de intervalo entre as duas doses, mais do que os 50,38% divulgados em janeiro com base nos dados iniciais do estudo clínico.
Além disso, a atuação global aponta a capacidade que o imunizante tem de proteger em casos leves, moderados ou graves, pode chega a 62,3% se o espaço entre as doses for de 21 dias ou mais.
O artigo ainda diz que a eficácia mínima da vacina já aparece na segunda semana depois da primeira dose. Porém, para que a imunização fique completa, é necessário receber as duas doses.
Inicialmente, o estudo clínico de fase 3 indicava que, para os casos moderados e graves, que necessitam de assistência médica, a proteção da vacina variava entre 78% e 100%.
Nos resultados da nova pesquisa, no entanto, o imunizante se mostrou eficaz entre 83,7% e 100% dos casos. Isso significa que a Coronavac tem a capacidade de reduzir a maioria dos casos que exigem algum cuidado médico.
Assim com mostra a pesquisa, o epidemiologista Martoni Silva cita que as análises da vacinação estão em andamento porque é uma doença nova, onde o imunizante foi descoberto em pouco tempo e os estudos ainda estão sendo analisados.O estudo ainda aponta que o imunizante é capaz de proteger contra as variantes P.1 (descoberta em Manaus) e a P.2 (descoberta no Rio de Janeiro).
“Estamos construindo a história e, com o andar, vamos ver lá na frente se as pessoas estão com as defesas, mas com exames específicos. No momento, (a terceira dose) segue como especulação e coisa de quem quer jogar contra a vacinação para confundir a população”, explicou.
GOVERNO SE SANTA CATARINA SE MANIFESTA SOBRE A POSSIBILIDADE
Em nota, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) informou que todas as vacinas aplicadas no Estado são eficazes. Assim como esclareceu que não estuda a aplicação da 3ª dose.
Conforme o painel de monitoramento de vacinação do Ministério da Saúde, atualizado nesta quarta-feira (23), 1.348.976 doses da Coronavac foram aplicadas em Santa Catarina. Em seguida, 1.366.398 imunizantes da FioCruz e outras 164.203 da Pfizer.
Além disso, assim como trouxe o ND+, o Instituto Butantan também já esclareceu que não é necessária, no momento, a terceira dose da Coronavac para os idosos.
COMO ESTÁ A VACINAÇÃO EM SANTA CATARINA
Segundo o painel Vacinômetro, atualizado na noite desta quarta-feira (23), Santa Catarina aplicou pouco mais de 3,2 milhões das 3.671.940 doses disponíveis.
Deste total, 2.427.381 foram como primeira aplicação, equivalente a 33,47% da população catarinense, estimada em cerca de 7,2 milhões de habitantes pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além disso, 782.418 pessoas já completaram o ciclo vacinal, ou seja, receberam a segunda aplicação. Levando em consideração este público, taxa representa apenas 10,79% da população total.
Vale ressaltar que Santa Catarina deverá receber mais de 260 mil imunizantes ao longo desta quinta-feira (24). Entre elas, 52.350 imunizantes da Janssen, de aplicação única.
CASOS DE COVID-19 EM SANTA CATARINA
Conforme o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (23), Santa Catarina registrou 60 mortes causadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas. Dessa forma, chega a marca de 14.496 catarinenses mortos desde o início da pandemia, em março de 2020. A taxa de letalidade é de 1,59%.
Além disso, o Estado já ultrapassou a marca de 1 milhão de casos confirmados, sendo 2.914 positivados nas últimas 24 horas. Deste total, 997.436 já se recuperaram. (ND+).