General Augusto Heleno mudou de opinião sobre Centrão, agora próximo ao presidente Bolsonaro
O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, disse nesta 4ª feira (19.mai.2021) que mudou de opinião sobre o Centrão, e que não reconhece mais a existência do grupo.
O Centrão é formado por congressistas de siglas sem posicionamento ideológico definido que apoiam o governo em troca de cargos e verbas. Em 2018, o ministro associou o grupo a ladrões.
“Sobre Centrão, aquela brincadeira que eu fiz foi numa convenção do PSL, na época da campanha eleitoral. Naquela época existia à disposição na mídia, várias críticas ao Centrão. Não quer dizer que hoje haja Centrão. Isso foi muito modificado ao longo do tempo”, afirmou Heleno.
A declaração foi feita em resposta a um questionamento do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) durante reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O ministro foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a disseminação de notícias falsas a respeito da pandemia pelo presidente da República.
“E eu não tenho hoje essa opinião, e nem reconheço hoje a existência desse Centrão. Naquela época é uma situação. A evolução de opinião faz parte da vida do ser humano. Então isso aí faz parte do show. Do show político”, disse.
Na reunião do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República, em 2018, Heleno cantou: “Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.
Foi uma paródia da música “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, de Ary do Cavaco e Bebeto Di São João, referindo-se à aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com o Centrão.
Em fevereiro de 2021, o então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, rebateu críticas à aliança do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão. Ramos chefiou a articulação política que entregou o comando do Congresso a aliados do Palácio do Planalto.
O ministro afirmou que não se arrepende da articulação e negou ter entregado cargos ao Centrão em troca de votos. Sua atuação causou incômodo entre militares. Mas, segundo ele, oficiais da ativa das Forças Armadas entendem o “momento político” do governo.
Bolsonaro apoiou as candidaturas dos presidentes eleitos do Senado, Rodrigo Pacheco DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).