Quem foi realmente Tiradentes – Joaquim José da Silva Xavier

Todos os anos, o Brasil para em 21 de abril para comemorar o Dia de Tiradentes. Tamanha celebração se dá pelo simbolismo dos ideais representados por Joaquim José da Silva Xavier, que por ser dentista amador, ganhou o apelido de “Tiradentes”. No entanto, a importância deste personagem não está relacionada à área da odontologia, mas, sim, à luta política. Enquanto o Brasil ainda era uma colônia de Portugal, no século XVIII, ele se uniu à elite de Minas Gerais para um plano ambicioso: se separar da Coroa portuguesa e lutar pela independência. 

Tiradentes nasceu em Ritápolis, no interior de Minas Gerais, em 1746. Filho de uma família humilde, Joaquim também trabalhou como minerador, comerciante e alferes da cavalaria de Dragões Reais de Minas, como era chamada a força militar que atuava na Capitania de Minas Gerais. 

Naquela época, Minas tinha uma importância econômica gigantesca para a Coroa, por ser grande produtora de ouro. No mesmo contexto histórico, a população reclamava muito dos altos impostos cobrados pela corte portuguesa. Entre outros tributos, o “quinto” cobrava 20% de todo o material extraído. A situação ficou insustentável em 1788, quando o Visconde de Barbacena foi nomeado como governador para implantar a “derrama”, que cobrava impostos atrasados. 

REVOLTA

Motivada por ideais iluministas que prosperavam na Europa, a elite mineira, então, começou a conspirar contra a Coroa. Entre eles, estava Tiradentes, como um dos principais líderes e propagandistas do movimento, que se chamou Inconfidência Mineira. 

A intenção do grupo era clara. Eles queriam:

  • Proclamação de uma república aos moldes dos Estados Unidos;
  • Realização de eleições anuais;
  • Incentivo a instalação de manufaturas como forma de diversificar a produção econômica das Minas Gerais;
  • Formação de uma milícia nacional composta pelos próprios cidadãos das Minas Gerais.

Para isso, os envolvidos se reuniam de forma secreta, sem provocar alardes, a fim de não serem descobertos. No entanto, o motim jamais foi deflagrado. Tudo por culpa de Joaquim Silvério dos Reis. Ele era um dos inconfidentes e participava das reuniões. 

Entretanto, Silvério dos Reis tinha dívidas com a Coroa e optou por delatar os companheiros para ter o perdão do governo e não pagar os atrasados.

PRISÕES

Tiradentes foi considerado o mais radical entre os líderes da Inconfidência Mineira. Com grande espírito de liderança, ele foi o único que assumiu participar da conspiração contra Portugal. 

Tiradentes foi preso em maio de 1789. O processo contra os inconfidentes levou três anos e, ao final, Tiradentes foi condenado à morte. Na avaliação da Justiça da época, matar Tiradentes era uma forma de intimidar a população.

No dia 21 de abril de 1792, o mártir foi enforcado, decapitado e esquartejado em praça pública. A história afirma que, antes de morrer, Tiradentes disse: “Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal”. 

A cabeça de Tiradentes ficou exposta na praça, mas sumiu e, até hoje, não se sabe onde ela foi colocada.

HERÓI NACIONAL

A proclamação da República só se deu em 15 de novembro de 1889. A imagem de Tiradentes ficou esquecida até o final do período colonial e imperial do Brasil. Somente com a proclamação da República, a figura dele foi reforçada como símbolo dos ideais de independência e republicanismo. 

O feriado de Tiradentes foi estabelecido em 1965, pelo presidente marechal Castelo Branco, que sancionou a Lei Nº 4. 897. (Com informações).

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