Presidente Bolsonaro rebate críticas sobre polêmica compra de leite condensado
O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta quarta-feira (27) as críticas que vem recebendo por conta da polêmica da compra de leite condensando, item que consumiu mais de R$ 15 milhões dos órgãos do Executivo federal no ano passado, segundo reportagem do portal “Metrópoles”. Bolsonaro afirmou que o item atende 370 mil militares e é usado também em programas de alimentação via Ministério da Cidadania e Ministério da Educação.
As afirmações foram dadas em um almoço em um restaurante em Brasília. O presidente prometeu dar mais detalhes dos números em sua live que acontece às quintas-feiras, pelas redes sociais. A edição desta semana contará com a presença do ministro Wagner Rosário, da CGU (Controladoria Geral da União). Entre os dados que deverão ser mostrados, há comparações com outros anos e uma indicação que o gasto foi maior em 2014, quando a presidente era Dilma Rousseff (PT).
“Não é para a Presidência da República essa compra de alimentos. Até porque a nossa fonte é outra”, afirmou o presidente. Ele destacou que um dos gastos é para alimentação das Forças Armadas, para alimentar “370 mil homens”. “E também programas alimentação via Ministério da Cidadania e via Ministério da Educação, entre tantos outros.”
O presidente também xingou a imprensa pela divulgação do fato. “Essas acusações levianas não levam a lugar nenhum. E se me acusam disso, é sinal de que não têm do que me acusar”, disse.
A reportagem do “Metrópoles” indicou que os órgãos do Executivo federal gastaram juntos R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019, segundo a matéria.
O presidente também comentou a divulgação da compra de R$ 4 milhões em chiclete e disse que esse item não representa nenhuma “mordomia ou privilégio”.
TENTATIVA DE ‘DESGASTAR’
“O Ministério da Defesa abriga as Forças Armadas e seu efetivo de 334.000 homens e mulheres do serviço ativo. Com este valor se poderia comprar pouco mais de 6.500 latas de leite condensado/dia, algo bem razoável para uma tropa de 334.000 militares”, afirmou o deputado Eduardo Bolsonaro, dando número de efetivo um pouco inferior do que o informado pelo presidente.
O deputado avaliou também que a viralização do tema e o uso da informação por parte até mesmo de parlamentares e lideranças políticas evidencia uma tentativa de “criar narrativas para desgastar o presidente”.
Na terça-feira (26), congressistas enviaram uma representação ao TCU (Tribunal de Contas da União) contra a Presidência da República, pedindo apuração dos gastos do Executivo em alimentação.
PAINEL DE COMPRAS
Após o assunto tomar as redes sociais na terça, o painel de compras do governo federal ficou fora do ar até a manhã desta quarta-feira, quando voltou a funcionar. Ainda assim, a navegação ficou prejudicada e não era possível pela manhã conferir as compras do governo. (R7).