Governador do Paraná recua e readmite funcionários que exonerou

Da lista, há desde detentores de pequenos salários, R$ 1.700,00, até técnicos altamente qualificados. Eles haviam sido demitidos, “porque teriam trabalhado nos governos Beto Richa e Cida Borghetti”. O Governo não confirma essa assertiva.

Alívio geral para centenas de famílias e seus dependentes: o governador Ratinho Junior assinou decretos no final da tarde de sexta-feira, 15, readmitindo os 400 funcionários comissionados do Governo do Estado que ele mesmo havia exonerado através do decreto 6.606, de 1 de janeiro, segunda-feira.

Os decretos do governador, assinados à tarde deste dia 15, determina que o decreto anterior, o de número 6.606, de 11 de janeiro, segunda-feira, fica sem efeito, e que os servidores voltem aos seus postos. Os comissionados trabalham em diversas secretarias de Estado e departamentos, como Detran.

“NÚMERO DA BESTA”

No meio do “susto” que dominou centenas de famílias, com a perda dos empregos em plena pandemia e em tempos de forte recessão econômica, surgiram muitos murmúrios. Um deles desses murmúrios, misturando espírito de gozação e misticismo, dizia: “O decreto do dia 11, não podia ser pior. Tinha o 666, o número da Besta do Apocalipse”, conforme observou um crente pentecostal atingido pela demissão (e agora readmissão.). Jurou, até, que em sua congregação se aventou a hipótese de “uma perseguição do Maligno, o 666, aos Filhos da Luz”. Pois é…

MOBILIZAÇÃO GERAL

Na verdade, houve vários ‘bombeiros’ que foram ao governador apagar o incêndio que, segundo alguns observadores, teria sido detonado pelo interino que substitui Guto Silva na Casa Civil do Estado. Para alguns atilados observadores, as demissões poderiam ter tido um “componente de maldade contra Guto.” Um dos mais fortes bombeiros foi o vice-governador Darci Piana, um homem público cheio de credibilidade na administração estadual, “a quem Ratinho ouviu muito na análise do processo de readmissão”. O telefone do vice não parou de tocar, na semana, com gente de todos os níveis sociais pedindo sua mediação junto ao governador. Outros – especialmente deputados – e até o presidente do STJ, segundo fontes do judiciário, teriam atuado em favor dos sumariamente demitidos. No rol atingidos pela grande degola, estavam comissionados indicados pela ALEP, por desembargadores, por membros do TCE, e até do MPPR.

Um secretário de Estado não escondia, ao atender seus funcionários demitidos, que não teria forças para resolver a encrenca, montada – oficialmente – para fazer readequação do Governo diante das dificuldades de arrecadação. Esse secretário saia-se direto , assim respondendo aos pedidos de socorro: – Falem com o Ratinho Junior ou com o vice-governador. Só eles podem resolver. (Aroldo Muruá/Blog de Fábio Campana).

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