Impeachment adiado: Moisés refém dos outros poderes

* Cláudio Prisco Paraíso

Estranho, para dizer o mínimo, o adiamento do julgamento de Moisés da Silva pelo Tribunal Especial do segundo impeachment, que trata da compra fraudulenta de 200 respiradores e o rombo de R$ 33 milhões nos cofres estaduais.

Ainda não ficaram bem claras as intenções do deputado Valdir Cobalchini, que pediu o adiamento, no que foi atendido prontamente pelo presidente do colegiado, desembargador Ricardo Roesler.

O tribunal se reuniria na segunda-feira, 14. Ainda não se tem notícia de uma nova data para o julgamento.

Em 2020 certamente que não haverá mais qualquer decisão. Vão todos para as férias, curtir a família e os amigos com tudo do bom e do melhor que o dinheiro público pode bancar. E o interesse público? Às favas.

Deputado Kennedy Nunes, talvez o mais ferrenho opositor ao atual governo, usou os microfones da Assembleia para questionar e ironizar o estranho adiamento. Afirmou que se a intenção é “enterrar” o escândalo, ele não vai permitir. A conferir os próximos capítulos. Em 2021.

 REFÉM

O fato é que Moisés da Silva virou um refém da Assembleia Legislativa. Com o compadrio do Judiciário.

Todos de olho nas fatias Orçamentárias e também em cargos e espaços de governo.

Ao perceberem que o governador poderia ser novamente afastado temporariamente, houve uma convergência de esforços para evitar essa solução.

Assim, Moisés “ganha” uma nova chance e tempo de mostrar que vai abrir, de fato, as portas do estado aos deputados. Que não confiam nele, obviamente.

Se pisar fora dos limites estabelecidos pela Alesc, o governador será levado ao cadafalso. Essa é a situação de momento. ( * Cláudio Prisco Paraíso é jornalista).

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