O abraço dos afogados

Quando assumiu o poder, Michel Temer cercou-se de algumas das figuras mais controversas da República para formar seu gabinete. Até os vendedores de rapadura no entorno do Congresso Nacional sabiam que Moreira Franco (hoje Ministro das Minas e Energia) e Eliseu Padilha (Casa Civil), outrora alcunhado de Eliseu “Quadrilha”, eram nitroglicerina pura.

Passados dois anos, confirmou-se que o próprio Temer tem enorme potencial explosivo. E o cerco se fecha sobre o trio, num verdadeiro abraço de afogados.

Esta semana, a Polícia Federal fez nova investida sobre os três. A PF pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, quebra do sigilo telefônico de Temer, Padilha e Franco. Os federais pretendem aprofundar a investigação no inquérito que apura se o tripé emedebista foi beneficiado por propina irrigada da Odebrecht à Secretaria da Aviação Civil. Isso em 2014, quando Moreira Franco respondia pela pasta e Dilma era a presidente.

A situação de Temer é pra lá de periclitante. A cada novo avanço da PF, revelações estarrecedoras vem ao conhecimento do distinto público. Resta saber como isso tudo vai refletir no contexto do MDB, leia-se Henrique Meirelles. O ex-ministro vai ter muita dificuldade de se viabilizar eleitoralmente. Acometido de virose eleitoral incurável, Temer virou um ser tóxico do ponto de vista das urnas. Ninguém vai querer o apoio dele.

Contaminação

Também é preciso considerar até que ponto haverá respingos nas candidaturas estaduais do Manda Brasa a partir do derretimento quase que total do presidente da República. (Claudio Prisco Paraíso).

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