Como será o julgamento nesta sexta-feira (23) do governador e da vice-governadora de Santa Catarina

O relatório referente ao pedido de impeachment do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e da vice Daniela Reinehr (sem partido) será discutido nesta sexta-feira (23), em sessão do Tribunal Especial de Julgamento.

Apesar de prevista para amanhã, a votação poderá ser adiada caso os julgadores solicitem mais esclarecimentos sobre o relatório. Ela decidirá pelo afastamento provisório ou arquivamento da denúncia.

O governador de SC, Carlos Moisés (PSL) e a vice Daniela Reinehr (sem partido) – Foto: Mauricio Vieira/Secom/Divulgação/ND

A votação é referente ao primeiro pedido de impeachment, que aponta crime na equiparação salarial dos procuradores do Estado. Um segundo pedido, aprovado na Alesc nesta semana, envolve a compra irregular de 200 respiradores e a construção do hospital de campanha em Itajaí.

Marcada para 9h, no plenário da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), a sessão pode ser decisiva para o futuro do governo. Caso a votação ocorra e um possível parecer positivo ao andamento da denúncia seja aprovado por maioria simples (seis dos 10 integrantes do Tribunal), Moisés e Reinehr serão afastados por 180 dias.

Advogados se manifestarão, será lido o parecer do relator – deputado Kennedy Nunes (PSD), e também discutido pelos outros julgadores. Outros esclarecimentos podem ser solicitados, mas se isso não acontecer, ocorre a votação. Confira abaixo detalhes da sessão desta sexta.

Como será a sessão

As informações são da Alesc, baseadas no roteiro de julgamento aprovado pelo tribunal.  Após a sessão ser aberta pelo presidente do colegiado, desembargador Ricardo Roesler, haverá a leitura do parecer, entregue no último dia 7.

O desembargador Ricardo Roesler, que preside o TJSC e o Tribunal Especial – Foto: Alesc/Divulgação/ND

Em seguida, os advogados do autor da denúncia, do governador e da vice poderão se manifestar, por 15 minutos cada. Então, o relator apresenta seu voto, recomendando se a denúncia deve ser deliberada pelo tribunal do impeachment ou se deve ser arquivada.

Mais esclarecimentos e adiamento da sessão

É neste momento que os demais julgadores passarão à discussão sobre o parecer. Se algum julgador considerar que são necessários mais esclarecimentos sobre o voto do relator, poderá ser concedida vista do parecer, para todos os membros do tribunal, pelo prazo de cinco dias. Com isso, a votação do relatório seria adiada para outra sessão.

Encerrada a discussão, caso não haja necessidade de esclarecimentos sobre o voto do relator, os deputados e desembargadores passarão à votação do relatório. Para ser aprovado, o documento necessita dos votos favoráveis da maioria simples (seis votos) dos membros do tribunal. 

Aprovação ou arquivamento

Se o relatório recomendar o acatamento da denúncia contra Moisés e Daniela e for aprovado pelo tribunal, governador e vice serão intimados. Imediatamente, serão afastados dos cargos por até 180 dias e perderão 1/3 dos vencimentos – Devolvidos em caso de absolvição.

O primeiro na linha sucessória do Estado, o presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), também será notificado para que possa assumir interinamente a chefia do Poder Executivo. O parlamentar já foi denunciado duas vezes pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, no âmbito da Operação Alcatraz.

O acatamento da denúncia implicará, também, no julgamento de Moisés e Daniela por crime de responsabilidade, que poderá levá-los à perda definitiva dos cargos, em caso de condenação.

Caso o relatório de Kennedy Nunes recomende o arquivamento da denúncia, ou um eventual parecer que recomende o acatamento da denúncia seja rejeitado pelo tribunal, o caso será encerrado e arquivado. (Do Jornal Notícias do Dia de Florianópolis).

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