Receita para o sucesso e fuga à liberdade, como ser humano
Ao estudante a gama de dúvidas e incertezas perfaz o cotidiano. Escolhas e vontades (nem sempre) são alcançadas, uma vez que podem ter influência da família, incorrer em decisões equivocadas ou que não satisfazem. Agora, com a pandemia, da Covid-19, a suspensão de aulas e a ansiedade por mudança de rotina. Enfim, há um novo cenário de vivência que envolve a sociedade e carece de alinhamento mental e equilíbrio para escolher o caminho.
Diante destas questões, o juiz da Vara da Família e CEJUSC, Carlos Mattioli, foi convidado do Colégio Túlio de França para proferir uma palestra e falar um pouco do caminho que percorreu até chegar na magistratura e ser umas das referências na sociedade de União da Vitória, tanto em quesitos sociais, quanto no campo da Justiça e Cidadania. O desafio foi posto no tema: ‘A Importância do Conhecimento para o Bem Viver’.
A palestra, para estudantes dos Cursos Técnicos em Meio Ambiente e Edificações da instituição, conforme solicitação da escola foi inicialmente de contar o caminho que conduziu Carlos Mattioli à função de juiz. O que poucos sabem é que o jovem estudante teve dificuldades na escola, trabalhou como estagiário para pagar a faculdade, mas, em determinado momento estabeleceu o foco nos estudos e, assim, chegou à magistratura.
Um cenário de dúvidas instalou-se, arriscar num curso que tinha relação com o pai – técnico em edificações – frustrou inicialmente o rapaz. Fazer o curso de Direito, em faculdade particular e tendo que arcar com o custo da mensalidade, foi, portanto, o risco assumido, o qual acabou colocando Carlos Mattioli no caminho profissional que, atualmente o satisfaz como pessoa. A síntese da fala expõe este juiz normal, que também vivenciou inúmeras dificuldades, mas que soube superá-las.
Assim, questões da vida privada que influenciam a moldura de um caráter respeitado, o qual foi sendo construído ao longo do tempo e criando uma personalidade admirável. “Produz o conhecimento que liberta o ser humano, sempre à disposição para falar e nos ajudar”, definiu o diretor do Colégio Túlio de França, Mário Dalgallo, ao término da palestra que, também, serviu para compartilhar ações de resposta psicológica e de superação à pandemia.
Após falar sobre as turbulências e fatos relacionados à vida pessoal, bastante pedregosa até chegar ao êxito de passar no concurso público e ser juiz – sustentado em muita dedicação aos estudos e recuperação de tempo perdido –, o magistrado falou acerca de um dos projetos, dentre os 34, que estão sob sua tutela, que é a Rede de Ajuda CEJUSC/Coronavírus (RAC) criada em meio ao isolamento da Covid-19 e com quase 400 atendimentos feitos.
“Saúde mental é bem viver”, afirmou. Aos estudantes, o juiz confirmou de que a escola detém preparo para orientar situações de ansiedade e demais problemas relacionados. Sem deixar progredir para o medo, que ainda é sustentável, porém prejudicial, muito menos entrando no pânico, uma espécie de estágio avançado e carece de maior atenção e ajuda profissional. Tendo justamente na RAC este apoio, bem como pode ser acessado também em departamentos municipais.
Para Mattioli, sem a previsão efetiva de uma vacina e retorno às atividades presenciais, o exercício mental de focar em fatos positivos é postura para viver bem e estar com a mente saudável. Simplesmente enumerando coisas boas que ocorrem ao longo do dia, sem dar espaço para que situações ruins tomem conta dos pensamentos. Numa espécie de mudança astral que vem de dentro da pessoa e fortalece a mentalidade, evitando danos psicológicos.
Numa ligação entre o que viveu, e o duro percurso até chegar à magistratura e se estabelecer numa Comarca, cuja função agrada-o muito, o juiz mencionou exemplos simples, da vida cotidiana, como tratar bem as pessoas, mesmo quando os outros em tese estão equivocados. A empatia e a sensibilidade de entender o outro, somando-se à busca de ajuda, quando não se sentir bem, configuram passos centrais da jornada para a liberdade como ser humano.
(Imagens: Reprodução da transmissão do Facebook do CEJUSC e texto Sidnei Muran/CEJUSC).