Operação Alcatraz e o envolvimento do deputado Júlio Garcia, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina

(* Moacir Pereira…….)

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júlio Garcia, não vai se manifestar sobre a segunda denúncia do Ministério Público Federal sobre investigações realizadas pela Operação Alcatraz e que acusam o parlamentar de supostos crimes de fraude em licitação, peculato e corrupção. A assessoria informou que apenas seu advogado, Cesar Abreu, vai falar sobre o assunto.

Em nota intitulada “Queima de reputações”, o advogado Cesar Abreu contesta os termos da denúncia, iniciando: “A Operação Alcatraz, com a denúncia do Deputado Júlio Garcia, protagoniza mais um exemplo, no farto rol catarinense, de queima da reputações.”

Enfatiza o insucesso de operações passadas envolvendo inocentes, que “serviram apenas para manchar a honra e a dignidade de destacados concidadãos, agora temos esta, pautada na meia-verdade”.

Depois de sustentar que os fatos não são verdadeiros e que há “apenas ilações, suposições e especulações”, destaca que “não há elementos que provam participação de Júlio Garcia”.

E conclui levantando a tese de que os fatos narrados foram obtidos em delação premiada “de nenhum valor jurídico”.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA 

“A Operação Alcatraz, com a denúncia do Deputado Júlio Garcia, protagoniza mais um exemplo, no farto rol catarinense, de queima de reputações. Não bastassem os insucessos em diversas Operações passadas, ao envolverem inocentes, as quais serviram apenas para manchar a honra e a dignidade de destacados concidadãos, agora temos esta, pautada na meia- verdade, que é o modo de arruinar biografias, disseminando a suspeita, mesmo que não se confirme, ao final, a versão acusadora, sabido que depois da afirmação de uma inverdade, toda a verdade vira uma dúvida.

A denúncia recém ofertada, tão insubsistente quanto a que lhe antecedeu, é a prova mais eloquente de que se está a acusar, indevidamente, um homem de Estado, porquanto toda a descrição fática lançada na própria denúncia quanto à sua carreira conduz ao reconhecimento de Júlio Garcia como uma das pessoas que, em nosso Estado, exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias, o que é a narrativa própria de um estadista.

A meia-verdade se apresenta nessa acusação quando a partir dessa descrição da vida pública e política de Júlio Garcia se passa a tirar ilações, fazer suposições ou criar especulações, por conta de relações pessoais de amizade ou familiares com outros suspeitos, codenunciados, para o efeito de lançá-lo ao ápice de uma estrutura ilícita que supostamente agiria por dentro da administração pública.

Em determinada passagem a denúncia revela que não há qualquer elemento de prova da participação direta de Júlio Garcia em qualquer dos fatos ilícitos apontados, decorrendo a acusação, portanto, a partir de meras conjecturas, como se isso justificasse massacrar a sua honra, nesse momento crítico e delicado da história de Santa Catarina. Aliás, nem antes, nem depois.

Essa denúncia, ademais, busca anteparo numa delação premiada, negociada pelo Ministério Público Federal, de valor jurídico nenhum, a qual, ademais, dissemina aleivosias contra outros respeitáveis homens de Estado, que são deixados à margem dessa denúncia, porque bem sabem os acusadores da debilidade dessa delação. 

(* Moacir Pereira é jornalista do Jornal Notícias do Dia e da TV Record de Santa Catarina).

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