Paralisação causa impacto de R$ 350 milhões na economia de Santa Catarina
De acordo com pesquisa feita pela Fecomércio SC, a paralisação dos caminhoneiros afetou quase 80% dos empresários do Estado e teve um impacto financeiro de R$ 350 milhões. As perdas foram estimadas em -32,4% no setor de comércio, serviços e turismo. Os impactos foram mais significativos no setor de hotéis (-86%) e atacado (-41,4%).
Em 40,8% das empresas as mercadorias ou insumos encomendados não chegaram ao destino. Os segmentos mais afetados foram os postos de gasolina, onde 90% do combustível não chegou, seguido pelo segmento de material de construção, que deixou de receber 70% dos produtos, e o transporte intermunicipal (67,5%), também impactado pela falta de insumos.
Entre as medidas encontradas para contornar o desabastecimento, os empresários catarinenses optaram por adiantar folgas de empregados, buscar insumos diretamente na distribuidora, estabelecer limite de compras para clientes e reduzir horários de atendimentos.
Agroindústria é um dos setores mais prejudicados
As grandes indústrias instaladas no Estado voltaram ontem a abater suínos e aves e a tendência é de que nos próximos dias a agroindústria volte à normalidade. A Cooperativa Central Aurora, a BRF Brasil, a JBS e a Pamplona têm plantas em pleno funcionamento em Santa Catarina e devem retomar o ritmo normal progressivamente, de acordo com a capacidade de estocagem. De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, essa notícia traz uma tranquilidade maior ao setor e evita o sacrifício sanitário de animais pela falta de alimentos.
Com 36,84% das empresas da agroindústria e agricultores com atividades paradas de acordo com pesquisa da Fiesc, a diretoria da Fetaesc (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina) avalia que a conta dos prejuízos será paga tanto por quem produz quanto por quem consome os produtos. Em média, os consumidores já estão pagando 35% a mais do que o normal e a tendência é aumentar, segundo a Fetaesc. Na agricultura, os impactos vão desde o aumento abusivo no preço dos alimentos e a falta de produtos a desperdícios de produção, perda e falta de alimentos para os animais.
De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), com menor oferta de produtos, mas com a mesma carga tributária, mesmo custo operacional e possível alta nos insumos para a produção industrial, ficará mais caro produzir. Estima-se que os custos para a recuperação da normalidade do processo deverão ser 30% acima do anteriormente praticado. (Notícias do Dia).