Antes de morrer, médico do Paraná diz que pegou convid-19 fazendo o que amava
BEM PARANÁ – A emocionante história de um médico que trabalhava em Ivaiporã, na região norte do Paraná, ganhou enorme repercussão nas redes sociais nesta segunda-feira (10 de agosto). Lucas Augusto Pires, 38 anos, foi contaminado pelo novo coronavírus e, com o agravamento do quadro provocado pela Covid-19, precisou ser internado. A caminho da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele avisou aos amigos que pegou a doença fazendo o que ama.
“Estou indo nesse momento pra UTI, devido a um agravamento do quadro de Covid19. Ficarei incomunicável, mas desde já agradeço aos amigos pelas orações. Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez”, escreveu o profissional, que atuava na linha de frente de enfrentamento à pandemia, atuando no Instituto de Saúde Bom Jesus.
“Sei que meu Deus é soberano sobre todas as coisas, seus caminhos e propósitos são sempre justos e perfeitos e que no fim todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Rm 8:28. Amém”, escreveu ainda o médico em uma postagem no Facebook.
No último sábado, infelizmente, Lucas Augusto não resistiu às complicações decorrentes da Covid-19 e acabou vindo a óbito no último sábado (8), em um hospital de Maringá. O Instituto de Saúde Bom Jesus, onde o médico trabalhava, declarou solidariedade aos familiares e amigos do neurocirurgião, exaltando seu “exemplo de grande dedicação profissional”.
O CRM-PR, por sua vez, postou uma nota de pesar, no qual trouxe o depoimento de uma colega de turma de Lucas, a Dra. Valéria Cristina Scavasine. O texto é endereçado aos filhos de Lucas, Benjamin e Isabela.
“Queridos Benjamin e Isabela,
O pai de vocês foi para outra dimensão hoje, ficar mais pertinho de Deus. Ele deixa o plano terreno como um herói. Nunca se esqueçam disso: por amor à profissão, ele perdeu a própria vida cuidando de outras vidas.
Hoje, nesse dia 8 de agosto de 2020, vocês ganham 88 padrinhos e madrinhas. Nossa turma da faculdade sempre foi polêmica, briguenta, mas, nesse momento de dor, uniu-se por uma causa…. a causa de manter viva a memória do nosso mais brilhante colega. O coração dele continua batendo em vocês dois. Como forma de honrá-lo, a família dele também se torna a nossa família… e família quer dizer nunca abandonar ou esquecer. Contem conosco SEMPRE, mesmo que seja para relembrar as histórias que o Lucas, com seu humor sagaz e sotaque mineiro, contou tantas vezes para alegrar nossos dias.
Com amor,
Medicina UFPR 2007/2.”