Nuvem de gafanhotos que pode atingir o Sul do Brasil está sendo acompanhada pela FAO

A movimentação da nuvem de gafanhotos que passa pela Argentina e pode chegar no Rio Grande do Sul já está sendo acompanhada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) no Brasil.

Segundo Fernando Rati, agrônomo da FAO, as autoridades brasileiras estão monitorando a situação em tempo real. Rati diz ainda que a forma mais eficaz de combater a praga é através da pulverização aérea.

Na terça-feira (23), autoridades argentinas informaram que os gafanhotos do deserto haviam sido vistos na região de Santa Fé, a 250 km da fronteira com o Brasil. A informação foi dada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e o Ministério da Agricultura da Argentina a veículos da imprensa argentina.

A FAO considera o gafanhoto do deserto “a praga migratória mais destrutiva do mundo”. Uma nuvem de um quilômetro quadrado destes insetos pode consumir a mesma quantidade de alimento que 35 mil pessoas comeriam em um dia. Os danos ainda não foram calculados, mas estima-se que milhares de hectares de plantações possam ser perdidos.

A preocupação da agência é com a possibilidade de uma crise humanitária que possa ser criada por tal situação.

“O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento aqui no Brasil tem uma equipe de técnicos que está monitorando em tempo real o deslocamento dos gafanhotos”, afirmou o agrônomo. “Caso a concentração dos gafanhotos atinja o Brasil, o ideal é que as regiões afetadas sejam notificadas com tempo hábil para que as devidas precauções sejam tomadas”.

Uma nuvem de gafanhotos está sendo monitorada desde o dia 28 de maio na Argentina, e coloca em estado de atenção a fronteira do país com o Rio Grande do Sul. 

Rati também explicou que há dois métodos usados para o controle dos gafanhotos. “O primeiro é a pulverização terrestre, onde utilizamos pulverizadores com otimizador em faixas porque é mais efetivo, e a pulverização aérea, por aviões, que é mais eficiente do que a terrestre”, diz.

O agrônomo lembrou também que lidar com gafanhotos requer muita atenção fitossanitária. Ele destacou que é importante consultar o melhor ingrediente ativo a ser utilizado nesse controle e tomar cuidados com todos os seres vivos na área a ser pulverizada como acontece em outros países que passam pela invasão.

Países do leste da África como Etiópia, Somália, Eritreia, Djibuti, Quênia, Sudão, Etiópia, Uganda e Sudão do Sul vivem danos causados pelo pior surto de gafanhotos do deserto em décadas.

A situação começou em 2019 na Ásia, quando o Iêmen, a Arábia Saudita, o Irã e parte da fronteira indo-paquistanesa viram chegar os primeiros insetos após fortes chuvas. (Com informações da ONU e jornal Notícias do Dia/Florianópolis).

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