Cloroquina e hidroxicloroquina, para tratamento da Covid-19, é descartada nos Estados Unidos

FDA (Food and Drug Administration), agência que controla a aprovação de medicamentos nos Estados Unidos, revogou a permissão de emergência para o tratamento com cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes com COVID-19.
 
O documento foi publicado nesta segunda-feira (15) e leva o alerta de que o “medicamento apresenta muitos riscos, sem nenhum benefício aparente”. De acordo com a instituição “não é mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e de cloroquina possam ser eficazes”.
 
A autorização foi emitida pela primeira vez em março e aplicada em pacientes hospitalizados submetidos a ensaios clínicos (pesquisas). Em abril, a FDA alertou os médicos contra a prescrição do medicamento para pacientes com o coronavírus, fora dos locais de teste. A ação assinada nesta segunda-feiranão deve afetar os ensaios clínicos.
 
O anúncio abrange a hidroxicloroquina e um composto relacionado, fosfato de cloroquina. “Nem é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais. Por conseguinte, a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar COVID-19”, diz o documento.
 
A agência explica ainda que tomou a decisão com base em novas informações, obtidas através uma reavaliação do medicamento. 
 
Entenda a polêmica da cloroquina
 
A hidroxicloroquina ganhou atenção como um potencial tratamento com COVID-19 em fevereiro, quando dois pequenos estudos sugeriram que ela poderia ser útil contra o vírus. 
 

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump incentivou seu uso, mesmo dizendo em maio que tomou o medicamento para prevenir o COVID-19, apesar de qualquer evidência de que ele funcionasse.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também é a favor do uso do medicamento. Horas depois da saída do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, o governo federal incluiu o medicamento cloroquina entre itens essenciais no combate ao novo coronavírus, ao lado de leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI), equipamentos de proteção, testes e vacinas contra a gripe.

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